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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Polícia estuda se oxi é 'versão fumável' da pasta base de coca

Para delegado, é preciso desmistificar a "nova droga"; PF encomendou série de estudos científicos

Ricardo Galhardo,iG São Paulo 

A Polícia Federal encomendou uma série de estudos científicos sobre o oxi, variação mais barata do crack, cujo número de apreensões tem crescido nos últimos meses nas regiões Sul e Sudeste. Segundo o delegado Oslain Santana, chefe do setor de Repressão a Entorpecentes da PF, os indícios mostram que o oxi não passa de uma versão fumável da pasta base de coca. Segundo o delegado, também não existe base científica para afirmar que a droga seja mais tóxica ou letal do que o crack.
“É preciso desmitificar essa história de oxi. Solicitamos um estudo científico para verificar, mas tudo leva a crer que aquilo que está sendo chamado de oxi é a pasta base de coca solidificada”, disse Santana.
Questionado se o oxi é mais tóxico ou letal do que o crack ou a cocaína, conforme afirmações feitas por especialistas nas últimas semanas, ele respondeu: “não existe comprovação científica”.


Oxi, a variação mais barata do crack


As diferenças e semelhanças entre o oxi e a pasta base de coca são objeto de debate no meio policial há pelo menos seis anos. Em artigo publicado em agosto de 2005 na revista “Perícia Federal”, da Associação dos Peritos Criminais Federais, o perito Marcus Vinícius de Oliveira Andrade dizia: “No laboratório, quanto aos ensaios físico-químicos mais corriqueiros realizados para a cocaína, não há distinção clara entre aquilo que é chamado de oxi e da pasta base”.
Segundo o perito, as diferenças de odor, cor e consistência das amostras estudadas são consequência da procedência, métodos de refino e qualidade dos solventes usados na produção de cada lote apreendido.
As informações da PF derrubam outro mito a respeito do oxi, pelo qual o uso de cal virgem, querosene e gasolina na preparação, em vez do bicabornato de sódio e amoníaco do crack, tornariam a “nova” droga mais letal.
“Cal virgem, gasolina e querosene são os produtos mais usados na primeira etapa da preparação da coca”, disse o delegado.
No chamado método colombiano de refino, o mais comum, as folhas de coca são mergulhadas em uma solução de cal virgem e gasolina ou querosene. Este processo serve para extrair o alcalóide que possui o princípio ativo da droga e resulta em uma massa dura de cor ocre amarelada, a pasta base.
A segunda etapa é a purificação. Se o objetivo for a obtenção da cocaína em pó (cloridrato de cocaína), são usados solventes nobres e caros como o éter e a acetona para eliminar as impurezas e aumentar a pureza e o valor agregado da droga.
Se o objetivo for o crack, existem dois caminhos básicos. Um deles é submeter o pó de cocaína a um processo de aquecimento, resfriamento e adição de bicarbonato de sódio ou amoníaco para que o pó se transforme em pedra e possa ser fumado.
Uma alternativa, mais popular e barata, é submeter a pasta base ao mesmo processo de solidificação.
A PF desconfia que os traficantes estão vendendo diretamente a pasta base, sem passar pelo processo de solidificação, para baratear o produto.
O fato de o oxi ter surgido no Acre é outro indício de que a “nova droga” é na verdade a velha pasta base. O estado não é um mercado consumidor, é uma rota do tráfico, onde há fartura de pasta base.
“Abundante na região, a pasta base não possui um preço tão elevado quanto o cloridrato de cocaína (pó) ou mesmo o crack, formas menos frequentes de serem encontradas no Acre. A pasta, bastante acessível, é a forma de cocaína consumida pelas camadas mais pobres da população. Talvez daí tenha surgido o oxi, a pasta base fumada. O nome oxi, aliás, pode ser ainda originário do fato de a pasta base encontrada na região já ter passado pelo processo de oxidação, pela ação do permanganato de potássio”, diz o artigo da revista “Perícia Federal”.
“A pasta base tem entre 40% e 50% de coca. É uma concentração alta. E pode perfeitamente ser fumada”, disse o perito criminal federal Adriano Maldaner, chefe do maior laboratório de pesquisa de entorpecentes do Brasil e responsável pelo estudo sobre o oxi.
Segundo ele, em aproximadamente duas semanas os primeiros resultados do estudo serão divulgados.

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