Governo promete R$ 900 mil a mais em emendas para a base
Em ano eleitoral, aliados indicarão verba para a saúde nos municípios
DANIEL LEITE - Jornal o Tempo
Os deputados da base de apoio do governador Antonio Anastasia (PSDB) na Assembleia Legislativa receberão umcomplemento de quase R$ 1 milhão em emendas individuais. A promessa, segundo apurou a reportagem, será restrita aos parlamentares governistas, e, segundo informações de bastidores, seria uma espécie de recompensa pelo trabalho dos aliados no arquivamento da CPI do Jogo do Bicho.
Deputados confirmaram que ocomplemento de R$ 900 mil para cada um deverá ser aplicado em projetos de saúde a serem indicados pelos próprios aliados. O recurso extra, portanto, não contemplaria os oposicionistas e poderia não atenderia não atender a todo o Estado. Os aliados admitem haver um acordo com o governo para a destinação das emendas a hospitais e outras unidades de atendimento
O deputado Jayro Lessa, por exemplo, pretende destinar seu adicional de R$ 900 mil para dez prefeituras do Vale do Rio Doce e Jequitinhonha. "Eu ouvi dizer que é só para deputados da base do governo", admitiu para, em seguida, recuar. "Eu acho que é isso". Lessa negou, contudo, a possível relação entre o bônus e a retirada de sua assinatura para a instalação da comissão.
Foco. A lista para o início dos trabalhos da CPI tinha 40 parlamentares. Contudo, após pressão do Executivo, 15 retiraram seus nomes,impossibilitando as investigações e levando ao arquivamento do requerimento. O colegiado investigaria o envolvimento de policiais e outras autoridades comcontraventores do jogo, especialmente em Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Doutor Viana (DEM), um dos governistas que retiraram seu aval, não admitiu a ligação entre a desistência do grupo e o complemento nas emendas. Ainda assim, avalia como natural o fato de o Executivo distinguir base e oposição para definir a liberação de recursos.
"No governo federal é a mesma coisa. Tem que ter a diferenciação". Viana confirmou que terá direito à verba adicional e irá destiná-la a 18 prefeituras da região Central, sua base eleitoral.
José Henrique (PMDB), único deputado de um partido de oposição que deixou de ser signatário, afirmou que também irá receber o bônus, mas negou favorecimento. "Eu sempre tive resistência à CPI. Pediram para eu retirar a assinatura, e eu entendi que a comissão não seria necessária", alegou.
Deputados confirmaram que ocomplemento de R$ 900 mil para cada um deverá ser aplicado em projetos de saúde a serem indicados pelos próprios aliados. O recurso extra, portanto, não contemplaria os oposicionistas e poderia não atenderia não atender a todo o Estado. Os aliados admitem haver um acordo com o governo para a destinação das emendas a hospitais e outras unidades de atendimento
O deputado Jayro Lessa, por exemplo, pretende destinar seu adicional de R$ 900 mil para dez prefeituras do Vale do Rio Doce e Jequitinhonha. "Eu ouvi dizer que é só para deputados da base do governo", admitiu para, em seguida, recuar. "Eu acho que é isso". Lessa negou, contudo, a possível relação entre o bônus e a retirada de sua assinatura para a instalação da comissão.
Foco. A lista para o início dos trabalhos da CPI tinha 40 parlamentares. Contudo, após pressão do Executivo, 15 retiraram seus nomes,impossibilitando as investigações e levando ao arquivamento do requerimento. O colegiado investigaria o envolvimento de policiais e outras autoridades comcontraventores do jogo, especialmente em Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Doutor Viana (DEM), um dos governistas que retiraram seu aval, não admitiu a ligação entre a desistência do grupo e o complemento nas emendas. Ainda assim, avalia como natural o fato de o Executivo distinguir base e oposição para definir a liberação de recursos.
"No governo federal é a mesma coisa. Tem que ter a diferenciação". Viana confirmou que terá direito à verba adicional e irá destiná-la a 18 prefeituras da região Central, sua base eleitoral.
José Henrique (PMDB), único deputado de um partido de oposição que deixou de ser signatário, afirmou que também irá receber o bônus, mas negou favorecimento. "Eu sempre tive resistência à CPI. Pediram para eu retirar a assinatura, e eu entendi que a comissão não seria necessária", alegou.
GAVETA
CPI poderia ‘respingar’ e seria ‘tiro para todo lado’
O complemento de verba apenas para deputados governistas é um assunto delicado para a liderança do Executivo na Assembleia mineira. O líder, deputado Bonifácio Mourão (PSDB), apesar de não negar a discriminação dos parlamentares que terão direito ao bônus de R$ 900 mil, preferiu ficar em cima do muro. "Não posso dizer para você, não tenho conhecimento. Não vou falar nada por enquanto".
Mourão atuou para mobilizar a base governista a desistir da CPI que seria instaurada para apurar o suposto envolvimento de policiais com a máfia do jogo do bicho em Juiz de Fora. "Não justifica (instalar a CPI) porque já há inquérito da polícia e do Ministério Público", alegou.
O deputado Jayro Lessa (DEM) admitiu um motivo mais objetivo. Segundo ele, o governo entendeu não ser "uma coisa boa para o Estado" a abertura da comissão. "O governo não vê motivo para a CPI. Seria dar tiro para todo lado".
Outro parlamentar da base aliada, que pediu para não ser identificado, declarou que "uma CPI como essa acabaria respingando no governo, acabaria pegando um policial, um secretário".
Emendas
Prazo. Cada deputado estadual em Minas Gerais tem direito a indicar R$ 1,5 milhão em emendas ao orçamento do Estado. Segundo a liderança do governo, elas serão empenhadas até o dia
30 de junho.
Mourão atuou para mobilizar a base governista a desistir da CPI que seria instaurada para apurar o suposto envolvimento de policiais com a máfia do jogo do bicho em Juiz de Fora. "Não justifica (instalar a CPI) porque já há inquérito da polícia e do Ministério Público", alegou.
O deputado Jayro Lessa (DEM) admitiu um motivo mais objetivo. Segundo ele, o governo entendeu não ser "uma coisa boa para o Estado" a abertura da comissão. "O governo não vê motivo para a CPI. Seria dar tiro para todo lado".
Outro parlamentar da base aliada, que pediu para não ser identificado, declarou que "uma CPI como essa acabaria respingando no governo, acabaria pegando um policial, um secretário".
Emendas
Prazo. Cada deputado estadual em Minas Gerais tem direito a indicar R$ 1,5 milhão em emendas ao orçamento do Estado. Segundo a liderança do governo, elas serão empenhadas até o dia
30 de junho.
Oposicionistas se mostram surpresos com o complemento
Parte dos deputados de oposição se disse "surpresa" com a suposta discriminação do governo no empenho de emendas a serem destinadas a prefeituras para investimentos em saúde. Alguns parlamentares, contudo, afirmaram não ter conhecimento de qualquer verba adicional.
"Até onde eu sei, não", comentou André Quintão (PT), quando perguntado se teria direito ao recurso extra de R$ 900 mil. "Não sei de nada disso", completou o líder da minoria, Pompílio Canavez, do mesmo partido. "Um absurdo", referiu-se à provável restrição dos parlamentares que poderão ser beneficiados.
Outro parlamentar oposicionista, preferindo não ser identificado, disse que os privilegiados poderão indicar se o dinheiro será usado para compras de material ou em obras nos municípios. (DL)
"Até onde eu sei, não", comentou André Quintão (PT), quando perguntado se teria direito ao recurso extra de R$ 900 mil. "Não sei de nada disso", completou o líder da minoria, Pompílio Canavez, do mesmo partido. "Um absurdo", referiu-se à provável restrição dos parlamentares que poderão ser beneficiados.
Outro parlamentar oposicionista, preferindo não ser identificado, disse que os privilegiados poderão indicar se o dinheiro será usado para compras de material ou em obras nos municípios. (DL)
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