Tribunal de Justiça de São Paulo (Gedeão Dias/TJSP)
O
desembargador Arthur Del Guércio Filho, afastado sumariamente de suas
funções por suspeita de corrupção, “ostentava riqueza” segundo o
desembargador Gilberto de Souza Moreira em depoimento à Presidência do
Tribunal de Justiça de São Paulo. “Tinha carro Mercedes Benz; à época
ele era um simples substituto e tinha veículos importados, casa em
Campos do Jordão, a qual ele fazia questão de mostrar.”
O
relato de Moreira contradiz as recorrentes alegações de Del Guércio que,
para advogados de causas sob sua responsabilidade, solicitava dinheiro
dizendo que atravessava “situação financeira apertada” ou que sofria
pressões de credores. Em sua declaração de rendas e bens, exercício
2011, ele informou possuir uma Mercedes C 200 avaliada em 136.000 reais.
Moreira,
que se aposentou na semana passada após 34 anos de magistratura, é
testemunha importante na investigação aberta contra Del Guércio. Ele
conta que se reuniu com outros desembargadores e chamaram Del Guércio.
“Não queremos você como nosso companheiro”, disseram.
Na
ocasião, Moreira levou as denúncias à Presidência do TJ. “O problema é
que não havia provas. Na Justiça se usa como matéria-prima a prova. Se
não tem prova não adianta. Esses camaradas não deixam vestígios.
Demorou, mas ele (Del Guércio) deixou impressão digital. Agora, a prova é
segura. (Del Guércio) é um furúnculo em um tecido são, uma mancha que
nós apertamos, nós tiramos de um corpo confiável. A magistratura
paulista é constituída de homens honrados.”
O
criminalista José Luís Oliveira Lima, que defende Del Guércio, reagiu.
“É inaceitável o afastamento de um magistrado, com 30 anos de atuação
profissional, sem qualquer mácula em sua atividade profissional, sem que
tenha sido dado ao meu cliente o direito de defesa.” Para Lima, o
desembargador é alvo de “um julgamento de exceção”. “No momento
oportuno, será demonstrada a improcedência das acusações.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sua opinião, que neste blog será respeitada