Um grau de radioatividade “fatal para os seres humanos” foi detectado perto do sistema de ventilação entre dois reatores da central nuclear japonesa de Fukushima, segundo a empresa responsável pelo seu funcionamento. Embora a empresa afirme que as leituras não dificultarão seu objetivo de estabilizar os reatores de Fukushima até janeiro, os especialistas questionam que a segurança dos trabalhadores estará em perigo se a Tepco priorizar o cumprimento dos prazos acima dos riscos de radiação.
Esquerda.net
Mais de quatro meses depois do acidente nuclear ocorrido nessa central em consequência do terremoto e posterior tsunami de 11 de março, foram registados níveis recordes de radioatividade.
A Companhia de Energia Elétrica Tóquio (Tepco) informou que contadores Geiger – aparelhos manuais usados para medir a radiação – registaram, no dia 1º, a leitura mais alta possível na central. A radiação excede os dez sieverts por hora no fundo de uma coluna de ventilação localizada entre dois reatores, informou a companhia. Aela Callan, da rede de televisão Al Jazeera, informou, da cidade de Ibaraki, que a radiação registrada era “fatal para os seres humanos”, mas que se restringia ao local da central atômica. Entretanto, ontem os cientistas fizeram novos testes.
“As autoridades trabalham com a teoria de que a radioatividade procede das explosões iniciais de hidrogênio que vimos na central nos dias posteriores ao terramoto e ao tsunami”, disse Callan. “Agora, parece mais provável que esta área tenha este grau de radioatividade desde o terremoto e o tsunami sem que ninguém tivesse dado conta disso até o momento”, acrescentou.
A Tepco informou ontem que encontrou outro ponto no próprio sistema de ventilação onde a radiação superava os dez sievers por hora, um registo que poderia causar incapacidade ou morte com apenas segundos de exposição. A empresa usou equipamentos para medir a radiação à distância e não conseguiu assegurar o nível exato, porque a leitura máxima alcançada pelo aparelho é de dez sieverts. Embora a empresa afirme que as leituras não dificultarão seu objetivo de estabilizar os reatores de Fukushima até janeiro, os especialistas questionam que a segurança dos trabalhadores estará em perigo se a Tepco priorizar o cumprimento dos prazos acima dos riscos de radiação.
“O vazamento de radiação na central pode ter sido controlado ou reduzido, mas não selado completamente”, afirmou Kenji Sumita, professor da Universidade de Osaka que se especializa em engenharia nuclear. É provável que se continue encontrando mais pontos de alta radiação, acrescentou. “Considerando isto, não deveria haver pressa para as tarefas de recuperação na usina para cumprir prazos e objetivos, já que isso colocaria em perigo os trabalhadores”, disse Sumita. “Passamos a fase imediata da crise e devem ser permitidos alguns atrasos”, ressaltou.
Os trabalhadores da central de Fukushima só podem se expor a 250 milisieverts de radiação por ano. A Tepco, que fornece eletricidade a Tóquio e áreas vizinhas, disse não ter detectado um grave aumento na radiação geral do complexo. “A elevada dose foi descoberta numa área que não serve de obstáculo aos esforços de recuperação da central”, disse ontem Junichi Matsumoto, um porta-voz da companhia.
Embora ainda investigue o caso, a Tepco disse que os pontos de alta radiação podem ter origem nos escombros que ficaram após as ações de emergência realizadas dias após o terremoto e o tsunami de 11 de março.
A Companhia de Energia Elétrica Tóquio (Tepco) informou que contadores Geiger – aparelhos manuais usados para medir a radiação – registaram, no dia 1º, a leitura mais alta possível na central. A radiação excede os dez sieverts por hora no fundo de uma coluna de ventilação localizada entre dois reatores, informou a companhia. Aela Callan, da rede de televisão Al Jazeera, informou, da cidade de Ibaraki, que a radiação registrada era “fatal para os seres humanos”, mas que se restringia ao local da central atômica. Entretanto, ontem os cientistas fizeram novos testes.
“As autoridades trabalham com a teoria de que a radioatividade procede das explosões iniciais de hidrogênio que vimos na central nos dias posteriores ao terramoto e ao tsunami”, disse Callan. “Agora, parece mais provável que esta área tenha este grau de radioatividade desde o terremoto e o tsunami sem que ninguém tivesse dado conta disso até o momento”, acrescentou.
A Tepco informou ontem que encontrou outro ponto no próprio sistema de ventilação onde a radiação superava os dez sievers por hora, um registo que poderia causar incapacidade ou morte com apenas segundos de exposição. A empresa usou equipamentos para medir a radiação à distância e não conseguiu assegurar o nível exato, porque a leitura máxima alcançada pelo aparelho é de dez sieverts. Embora a empresa afirme que as leituras não dificultarão seu objetivo de estabilizar os reatores de Fukushima até janeiro, os especialistas questionam que a segurança dos trabalhadores estará em perigo se a Tepco priorizar o cumprimento dos prazos acima dos riscos de radiação.
“O vazamento de radiação na central pode ter sido controlado ou reduzido, mas não selado completamente”, afirmou Kenji Sumita, professor da Universidade de Osaka que se especializa em engenharia nuclear. É provável que se continue encontrando mais pontos de alta radiação, acrescentou. “Considerando isto, não deveria haver pressa para as tarefas de recuperação na usina para cumprir prazos e objetivos, já que isso colocaria em perigo os trabalhadores”, disse Sumita. “Passamos a fase imediata da crise e devem ser permitidos alguns atrasos”, ressaltou.
Os trabalhadores da central de Fukushima só podem se expor a 250 milisieverts de radiação por ano. A Tepco, que fornece eletricidade a Tóquio e áreas vizinhas, disse não ter detectado um grave aumento na radiação geral do complexo. “A elevada dose foi descoberta numa área que não serve de obstáculo aos esforços de recuperação da central”, disse ontem Junichi Matsumoto, um porta-voz da companhia.
Embora ainda investigue o caso, a Tepco disse que os pontos de alta radiação podem ter origem nos escombros que ficaram após as ações de emergência realizadas dias após o terremoto e o tsunami de 11 de março.
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