BRASÍLIA - O GLOBO
O juiz Marlon Reis, um dos líderes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), diz que essas iniciativas que circulam na internet são importantes para fomentar o debate e, mais tarde, formar o consenso em torno das medidas necessárias para sanear o quadro político brasileiro. Ele diz ainda que, depois dos recentes protestos, ninguém mais pode desprezar a força que vem das redes sociais:
Sabemos que isso gera uma energia muito grande. Não dá mais para dizer que o ciberativismo não produz efeitos concretos.
O MCCE ficou famoso depois de coordenar a campanha que acabou levando a aprovação da Lei da Ficha Limpa, uma das mudanças mais fortes na legislação eleitoral. Reis diz que ainda não pode analisar cada uma das sugestões que estão circulando. Mas entende que o principio geral é um só e positivo:
A ideia geral é que os políticos são pessoas comuns e assim devem ser tratados.
O presidente da OAB, Marcus Vinícius Coêlho, também vê a reforma que vem das redes com bons olhos. Para ele, as manifestações somam-se aos esforços das entidades civis que estão tentando influenciar nos debates sobre a reforma política. Ele lembra que a OAB já está colhendo assinatura nas internet em defesa da proposta chamada Eleições Limpas.
O movimento, que tem a participação de outras entidades, entre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), obteve cerca de 100 mil assinaturas. O projeto é recolher pelo menos 1,2 milhão de assinaturas para encaminhar ao Congresso um proposta de reforma das regras eleitorais com vistas a melhorar a representatividade e reduzir as brechas para a corrupção.
Diretor da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo considera importante as discussões na internet, mas entende que esses debates não podem substituir o Congresso. Para ele, os meios mais eficazes para fazer um filtro e se buscar um consenso são a Câmara e o Senado.
Qual é o instrumento que existe para organizar o pensamento social sobre a reforma política? É o Congresso Nacional e não as pessoas na rua - disse.
Para Abramo, as discussões são importantes para aumentar o grau de politização. No entanto, a exaltação e a depreciação dos generalizada dos políticos podem enfraquecer a democracia:
Isso tem um fundo de fascismo.
O padre Geraldo Martins, da Comissão de Reforma Política da CNBB, disse que a instituição é a favor do financiamento público de campanhas eleitorais e do voto transparente, sugerido pela OAB e pelo MCCE:
A comissão ainda está discutindo algumas questões sobre a reforma política.
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