Flagrante.BHTrans aplicou 120.439 infrações a mais no primeiro trimestre deste ano na comparação com 2010
Média diária de flagrantes na cidade passou de 612 para 1.900 registros
Publicado no Jornal OTEMPO
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CLÁUDIA GIÚZA
Especial para O Tempo
Os 13 novos radares de controle de velocidade em Belo Horizonte, instalados desde agosto do ano passado, mostraram a que vieram. Levantamento feito pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) aponta que nos três primeiros meses deste ano, 175.562 motoristas foram pegos pelos 50 pardais espalhados pela cidade. O número é 218% maior que os computados no mesmo período de 2010 quando 37 equipamentos controlavam a velocidade dos carros na capital.
Entre janeiro e março do ano passado, os aparelhos haviam registrado 55.123 infrações. Pelos índices deste ano, a média diária de multas na capital é de 1.900, contra 612 do primeiro trimestre do ano passado. Os pardais são aferidos para flagrar todos os motoristas que trafegam acima de 60 km/h.
As estatísticas revelam que, mesmo mais vigiados, parte dos motoristas tem pisado fundo no acelerador. Enquanto no ano passado, 6,7% deles foram flagrados por dirigir entre 20% e 50% acima do limite estabelecido, neste ano esse índice aumentou para 11,5%. Os números, no entanto, mostram que a maioria dos condutores recebe multas por ultrapassar em até 20% a velocidade definida pela BHTrans. Dos 175.562 multados no primeiro trimestre de 2011, 88% não passaram de 72 km/h.
Para o especialista em trânsito e transportes José Aparecido Ribeiro, a BHTrans está usando a tecnologia para compensar o dinheiro que deixou de arrecadar com as autuações aplicadas pelos agentes de trânsito, proibidos de multar desde 2009. Ribeiro defende que a velocidade máxima tolerada pelos radares seja elevada de 60 km/h para 70 km/h. "Não sou contra os radares. Mas além de criar inúmeros gargalos no tráfego e não educar, os pardais são verdadeiras pegadinhas. Em muitos locais eles estão escondidos ou em pontos desnecessários".
O perito em trânsito Marco Paiva também defende os 70 km/h. Segundo ele, a essa velocidade o motorista não coloca em risco a segurança do trânsito. Ele explicou que o limite imposto nos radares deveria acompanhar o poder de frenagem dos carros. "O espaço de 3m que um carro precisa para frear a 60 km/h é o mesmo se ele estivesse a 70 km/h. A velocidade nem sempre é determinante nos acidentes. O maior problema são as manobras e alternâncias de faixas mal sinalizadas".
VigilânciaAlém dos 50 pardais em funcionamento, a BHTrans inaugurou, neste ano, outros 28 equipamentos para vigiar o comportamento dos motoristas. Confira quais são os aparelhos em funcionamento atualmente:
Busway. Quatro radares flagram os motoristas que circulam pelas pistas exclusivas de ônibus na avenida Nossa Senhora do Carmo, no Sion.
Avanço de sinal. Vinte e três equipamentos multam os condutores que "furam" os sinais vermelhos. As infrações cometidas entre 0h e 5h, no entanto, não estão são consideradas.
Radar-surpresa. Um equipamento instalado em um Fiat Doblò circula pela cidade e registra os flagrantes de excesso de velocidade.
Busway. Quatro radares flagram os motoristas que circulam pelas pistas exclusivas de ônibus na avenida Nossa Senhora do Carmo, no Sion.
Avanço de sinal. Vinte e três equipamentos multam os condutores que "furam" os sinais vermelhos. As infrações cometidas entre 0h e 5h, no entanto, não estão são consideradas.
Radar-surpresa. Um equipamento instalado em um Fiat Doblò circula pela cidade e registra os flagrantes de excesso de velocidade.
Arrecadação
Aumento. No primeiro trimestre de 2010, o município arrecadou R$ 3,921 milhões em multas geradas por radares. De janeiro a março de 2011, o valor foi de R$ 8,347 milhões. O que representa 112,87% a mais.
Aumento. No primeiro trimestre de 2010, o município arrecadou R$ 3,921 milhões em multas geradas por radares. De janeiro a março de 2011, o valor foi de R$ 8,347 milhões. O que representa 112,87% a mais.
Lesões
Médico defende limite de 60 km/h para carros
O médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, membro da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), defende que a velocidade máxima permitida nos grandes corredores de circulação seja mesmo de 60 km/h. Segundo ele, a medida reduz a profundidade das lesões nas vítimas de trânsito.
O médico explica que em uma colisão frontal, em uma velocidade média de 30 km/h, um homem de 70 kg, ao ser projetado dentro do veículo, tem o seu peso aumentado em 20 vezes. "A diferença de 10 km/h é vital. Permitir que os motoristas trafeguem a 70 km/h pode acarretar prejuízos irreversíveis".
O especialista disse que os radares ainda são a melhor forma de proporcionar a segurança no trânsito.
Quanto ao valor arrecadado pelos redutores de velocidade, o médico é implacável. "Radar não foi feito para alimentar a indústria da multa. O dinheiro precisa ser aplicado em educação para o trânsito". (CG)
BHTrans diz que frota impactou
A BHTrans justifica que o crescimento da frota de veículos em Belo Horizonte impactou no aumento de multas por radares.
Segundo o órgão, em março de 2010, existiam 1.241.989 carros na cidade. Neste ano, o número de veículos subiu para 1,330 milhão.
De acordo com o Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), mensalmente 10 mil veículos são emplacados em Belo Horizonte. (CG)
A BHTrans justifica que o crescimento da frota de veículos em Belo Horizonte impactou no aumento de multas por radares.
Segundo o órgão, em março de 2010, existiam 1.241.989 carros na cidade. Neste ano, o número de veículos subiu para 1,330 milhão.
De acordo com o Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), mensalmente 10 mil veículos são emplacados em Belo Horizonte. (CG)
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