Editorial
* José Luiz Barbosa
A regra é clara: para dar ares de moralidade na instituição, pune-se com rigor excessivo os praças e até com cometimento de injustiças e abusos, mas em se tratando de oficiais, em especial os que pertencem ao chamado círculo dos oficiais superiores, a exceção que se aplica a regra é, proteger e desqualificar supostas denúncias e denunciantes, usando até mesmo de tráfico de influência nas relações de poder, para se evitar a "desmoralização da instituição."
Na lógica e doutrina que ainda imperam nas Polícias e Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, os oficiais são donos da instituição, subtenentes e sargentos empregados e cabos e soldados escravos, estes últimos os que se doam e se sacrificam na ruas enfrentando a criminalidade e a violência e derramando seu sangue, para proteger e socorrer os cidadãos e seus bens, numa visível e ofensiva violação de direitos e garantias fundamentais resultado da cultura patrimonialista de um estado autoritário, opressor e em processo de completa falência.
Assim segue a carruagem, com os praças sempre sendo o bode expiatório da (in) segurança pública e dos desvios de conduta que são perfilados para dissuadir os cidadãos, de que a Polícia Militar, corta na própria carne e não admite impunidade com os transgressores da lei e da disciplina castrense.
Presidente da Associação Mineira de Defesa e Promoção da Cidadania e Dignidade.
De: @yahoo.com.br
Boa tarde, dr. Guerra
Um coronel da PM de uma unidade na Baixada Santista teria pedido reserva (aposentadoria) às pressas e deixado o comando do quartel sem a idiotice da solenidade de "passagem de comando", que os oficiais tanto gostam e cativam e onde são servidos comes e bebes a uma seleta nata de convidados, tudo isso com dinheiro público, claro.
Um major da mesma unidade pediu contagem de tempo também às pressas, pois, se fizer jus, será promovido a tenente-coronel e gozará da aposentadoria com o posto acima na reserva. Lindo.
Na verdade está tudo envolto em muito sigilo. Os policiais (praças) estão terminantemente proibidos de falar sobre o assunto, correndo, inclusive, se indagados a respeito, pois pode cair sobre a eles a vingança, tão comum em unidades policiais militares (transferências, escalas extras em profusão, perseguições, armações e até expulsão).
O motivo dessa correria para deixar legalmente (limpo e por cima) a instituição seria o suposto envolvimento com casas clandestinas de bingo, uma contravenção a quem a mantém aberta, mas um crime para quem tem o dever de zelar pela lei e não o faz.
Curiosamente, 12 casas de bingo foram fechadas em Santos pela Corregedoria da PM. Geralmente, quem faz o serviço de detectar casas de jogos ilegais (bingo e maquininhas) é a própria PM da área, faz prisão dos apostadores e apreensão (na delegacia) dos objetos. Por que, nesse caso, teve de, a mando do MP, ser corregedoria? E ninguém foi preso ou detido nos locais? Por que a corregedoria? Envolvimento de policiais militares (praças)? Eles seriam detidos e escrachados na mídia, claro. Mas se os supostos envolvidos fossem oficiais? Daí... daí... bom... nós conhecemos... deixa prá lá por falta de provas ou algo palpável, neste caso.
É isso, dr Guerra, enquanto a Baixada sofre com a violência, inclusive dos policiais militares que são assassinados ou aqueles que matam e espancam cidadãos sem passagem por delegacias ou teoricamente inocentes, seus cumandantes supostamente teriam outros objetivos e desejos.
Uma pena (e um crime hediondo) que esse será mais um caso que irá para rol dos insolúveis e a impunidade, de novo, reinará absoluta, se verdadeiro for. Não é de hoje que isso ocorre.
Na Operação Santa Tereza da PF, em 2008, que flagrou oficiais em conluio e recebendo propina de um prostíbulo (WE) que lavava dinheiro do BNDES e exportava mulheres para o sexo não houve sequer investigação. Com certeza, muitos dos envolvidos já foram para a reserva. Quantos praças da PM - até injustamente, pois muitos retornam ao serviço efetivo depois de absolvidos pela Justiça e após sofrerem bastante por anos junto com a família - esses oficiais imunes à investigação e impunes nos atos praticados não escracharam na mídia e foram demitidos a bem do serviço público?
Dr. Guerra e que o tenho como amigo, voltamos ao tempo da lei do mais forte. Não adianta recorrer a nenhum outro órgão, pois o mais forte manda e se cumpre. Nem a mídia dá para contar, pois é corrupta, diabólica e segue os ditames do mais forte
O Estado de São Paulo está largado e seus órgãos públicos, a grande maioria, maculados e eivados de vícios criminosos. Tem até bandido togado no talvez mais importante órgão de uma nação que se quer democrática.
Tamos fu.
Obs. Detalhe para o carro citado na matéria abaixo. Se fosse de um praça...
Segue o link da atuação da corregedoria em Santos:
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