Política & Cia
Aécio passa a mandar no PSDB porque emergiu na convenção do partido a coisa mais natural do mundo: o instinto de sobrevivência
Amigos, o que aconteceu na convenção do PSDB em Brasília, se conseguirmos abstrair a enorme fofocagem em torno das brigas internas dos bucanos, foi a coisa mais natural do mundo: um partido que perdeu três eleições presidenciais consecutivas para o lulalato, duas delas com o mesmo candidato, José Serra, que terá 72 anos nas eleições de 2014, voltou-se para um nome que, goste-se ou não dele, a maioria considera mais viável para disputar o Palácio do Planalto: o senador e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves.
Feitas todas as contas, Aécio é agora a figura com mais poder no partido e controla a máquina federal tucana, cujo presidente continuará sendo o deputado Sérgio Guerra (PE), com queria o ex-governador de Minas.
E disso, só disso, exclusivamente disso que, sob diferentes disfarces, tratou a convenção. O PSDB optou por Aécio e não quer ver Serra disputand uma vez mais o Planalto. Há mil definições para política, e todas giram em tudo o que envolve o poder, sua obtenção e conservação. O que burbulhava dentro do PSDB e que veio à tona da ziguezagueante maneira é algo denominado instinto de sobrevivência.
O instinto de sobrevivência, o mais aguçado que detêm os políticos, prevaleceu. Tudo o mais que se passou é secundário.
Agora, as coisas tendem a se acalmar entre os tucanos
Como se sabe, a título de prêmio de consolação Serra vai presidir o Conselho Político do PSDB. Depois de exaustivas negociações, o ex-presidenciável abriu mão de ficar à frente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), em teoria o formulador de políticas para o partido, cujo titular será o ex-senador e ex-governador do Ceará Tasso Jereissati — forte aliado de Aécio.
Serra pilotará um Conselho Político revigorado, com funções reais, devendo editar as normas internas do partido e influenciar seus nos rumos diante do governo e da sociedade. Dele farão parte, entre outros vultos tucanos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, governadores como Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perillo e o próprio Aécio.
Posso estar enganado mas, resolvido esse problema crucial de quem manda no partido agora — não obstante os tucanos estejam revestindo os resultados da convenção com outras palavras –, as coisas tendem a se acalmar.
E, como os rios correm para o mar, podem esperar uma naturalíssima inclinação de gente indecisa ou mesmo pró-Serra em direção às fileiras de Aécio.
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