* José Luiz Barbosa - Sgt PM - Minas Gerais
Não há nenhum motivo para apreensão e temor, pois todas as medidas adotadas e anunciadas e até as que não foram oficialmente anunciadas fazem parte do arsenal político do governo com a participação dos comandos, da Polícia Militar e Corpo de Bombeiro Militar, para desmobilizar e impor a extinção do movimento, que até agora só cresceu e aumentou a adesão, inclusive de muitos oficiais, subalternos e intermediários, e uma significativa parcela de Majores, que compõe o círculo de oficiais superiores, que aprenderam com as lições do movimento de 1997, que não se comanda policiais e bombeiros militares, insatisfeitos, desvalorizados e desrespeitados em seus direitos, tática empregada por sucessivos (des) governos.
Se concordarmos ou cedermos a pressão natural do governo, estaremos sendo vítimas de estelionato político, pois estaremos chancelando possíveis acordos já previamente firmados entre os que decidiram pelo apoio ao governo, como o deputado Sgt Rodrigues, que temos esperança que na hora que o movimento reivindicatório de reajuste salarial tiver que endurecer e partir para medidas mais vigorosas e enérgicas, que o deputado representante da classe, também decida por ficar ao lado de seus eleitores e companheiros de farda.
O que estamos ouvindo aqui e acolá, de que o exército está de prontidão, que comandantes de unidade estão se preparando para determinar chamadas extraordinárias e que haverá retaliação do comando, são como afirmei medidas já esperadas, pois sabemos que a consciência de uma classe, e sua luta pela valorização profissional são necessidades e deficiências históricas, já velhas companheiras dos praças, e luta de classe, engloba também a "luta" contra o que se julgam parte da elite estatal, e os que sofrem com a ausência de uma política salarial e de valorização dos policiais e bombeiros militares.
A exemplos de luta e consciência de sua importância ocorrendo por todo Brasil, e em Minas Gerais temos tradição e fizemos história em 1997, o que nos dá mais força e disposição para enfrentar se preciso for, o governo e todos quantos se colocarem como seus aliados, o que sabemos ser a única forma de sermos ouvidos e respeitados.
Evitar esta queda de braço, entre o governo e os policiais e bombeiros militares, é atribuição e responsabilidade exclusiva do governante de plantão e do comando, e não será demonstrando força, poder e intransigência que avançaremos na melhoria da segurança pública, antes é fundamental que se estabeleça um processo de negociação transparente, responsável e honesto, porque ainda acredita-se que negociar é a melhor solução para o impasse estabelecido, mesmo porque é menos desgastante politicamente para todas as partes, sendo urgente que se oficialize o processo de negociação em torno da justa e legitima reivindicação de reajuste salarial.
Se o governo ainda se fia em ações de natureza repressiva e autoritária para fazer valer sua vontade e insistir em dedicar tratamento com excesso de rigor e contrário aos ditames democráticos, teremos também se necessário for, que endurecer e adotar medidas compatíveis com as que nos forem direcionadas, e neste caso certamente haverá mais consequencias desastrosas para o governo, e talvez dependendo do grau de enfrentamento, como estamos prevendo, haverá um ruptura política irreversível e catastrófica para o PSDB, que vive sua pior crise existencial, com rachas internos, debandada de políticos e parlamentares e descrédito nacional, pela sua irresponsável postura elitista e excludente e de seu descompromisso e falta de proposta de um projeto de Brasil igual para todos.
Estamos prestes a nos reunir na 2ª assembléia geral unificada, marcada para o dia 11 de maio, ás 14 horas no clube dos oficiais, em que são esperados em torno de 15 ou 20 mil policiais e bombeiros militares, e também aproveitamos para lembrar os presidentes das entidades de classe, que respeitar os direitos associativos, como o de expressão e opinião é direito inalienável dos policiais e bombeiros militares, até porque é um dos mais democráticos meios para se viabilizar a participação e o engajamento na luta.
O resultado da reunião, em data passada recente com o governo já é conhecido dos policiais e bombeiros militares, ainda que os dirigentes das associações de praças e oficiais, tenham optado por torná-lo público somente na assembléia geral, mas que estejam preparados também para responder os questionamentos e indagações que certamente surgiram na assembléia.
E que a resposta não seja a que ouvimos de um diretor da entidade anfitriã, no caso o COPM, velho conhecido do movimento de 1997 e considerada persona non grata pelos praças, "de que ninguém iria fazer uso da palavra", porque assim haverá mais um motivo para que os policiais e bombeiros militares se irritem ainda mais, e a revolta poderá ser automática e inevitável, e isto pode ser exatamente o estopim para que o movimento ganhe as ruas e saia do controle e se espalhe para todo Brasil, como no histórico ano de 1997, sendo a culpa solidária debitada desta vez, também aos presidentes das entidades, que ao que parece estão mais inclinados a fazer o que o governo e o comando desejam e querem.
Nunca é demais relembrar a celebre frase do ex-presidente norte americano, Abraham Lincoln: "Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente.", e a sabedoria popular demonstra sua veracidade e atual aplicação.
* Presidente da Associação Cidadania e Dignidade, bacharel em direito e fundador do blog política cidadania e dignidade.
Postado: administrador do blog
* Presidente da Associação Cidadania e Dignidade, bacharel em direito e fundador do blog política cidadania e dignidade.
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Parabéns Companheiro Gonzaga,
ResponderExcluirNeste momento crucial, onde decisões com certeza deverão ser tomadas é preciso que toda a tropa esteja alerta quanto a quem realmente esta do lado a tropa e não vestido em pele de cordeiro.
Avante companheiros é chegada a hora da onça beber água. Não podemos e não vamos nos curvar a este (des) governo do PSDB que só quer massacrar uma classe que coloca a própria vida em defesa da sociedade,
Não vamos ceder o momento é agora...