Fundação João Pinheiro analisa evolução do PIB entre 95 e 2008

O Produto Interno Bruto de Minas Gerais cresceu, em termos reais, a uma taxa média de 3,1% ao ano entre 1995 e 2008, expandindo 49,5% no período e superando o acumulado nacional de 45,5%. A taxa de crescimento do PIB mineiro ficou à frente dos estados brasileiros que detêm as maiores economias: São Paulo (39,8%), Rio de Janeiro (30,7%) e Rio Grande do Sul (34,5%). As informações constam da publicação "Produto Interno Bruto - Minas Gerais - 1995-2008 - Série Histórica - Nova Metodologia das Contas Regionais do Brasil", lançada este mês pelo Centro de Estatística e Informações (CEI) da Fundação João Pinheiro (FJP) em versão impressa e também disponível no site www.fjp.mg.gov.br.

O estudo, que resgata parte da história recente do desenvolvimento social e econômico do Estado, mostra que a conjuntura econômica em Minas começou a se aquecer após o período de estagnação vivido entre 1998 e 1999, com reflexos no período 2001-2003. Nesta fase de recuperação de nível de atividade, a estrutura econômica mineira respondeu com maior crescimento em relação à média do País, passando de 8,6% em 1995 para 9,3% em 2008.

O fator determinante desse resultado foi o comportamento diferenciado dos preços na economia mineira em relação à nacional. Pelo levantamento, o Estado teve maior predomínio de bens negociados como commodities internacionais na pauta de produção e preços mais favoráveis para os produtos mineiros, com ganho acumulado de 7% nos termos de troca de economia estadual entre 2002 e 2008. "Minas Gerais tende a crescer mais que outros estados devido ao maior contingente de produtos agrícolas que são exportados. A nossa estrutura econômica, já baseada no setor metalúrgico, é beneficiada pela exportação de commodities para a China, que é nosso grande importador", afirma o diretor do CEI, Frederico Poley Martins Ferreira.

Paralelamente, o Estado registrou crescimento demográfico de 17,6%, passando de 16,9 milhões de habitantes em 1995 para 19,9 milhões em 2008. Em valor corrente, o PIB per capita de Minas quadriplicou entre 1995 e 2008, passando de R$ 3,6 mil para R$ 14,2 mil.

Setores

Entre 1995 e 2008 o setor agropecuário foi o que mais cresceu em Minas. Para se ter uma ideia, enquanto os setores de serviços e indústria obtiveram desempenho de 4,7% e 2,7%, respectivamente, em 2008, no mesmo ano o setor agropecuário cresceu 15,8%. O índice de volume de administração, saúde e educação pública; e seguridade social expandiram-se, durante todo o período 1995-2008, alcançando taxas de 2,3% ao ano no subperíodo 1995-2002, e de 2,4% entre 2003-2008.

O subsetor "outros serviços" dobrou no período 2003-2008, passando de 2,4% para 4,4% ao ano. Isso se deveu ao crescimento da população e de seus ativos imobiliários. Embora tenha fechado 2008 com redução de 2%, este foi o setor que teve maior peso na economia mineira no período, com participação de 60,4% em 2007.

O comércio, que sofreu uma quase estagnação entre 1997 e 1999, recuperou-se em função do aquecimento do mercado interno no período de 2003 a 2008, registrando crescimento de 6,5% ao ano. Já a expansão dos serviços financeiros em Minas Gerais, que passaram de 1,7% em 1995 para 9,3% em 2008, foi a maior entre os setores no período 2003-2008, superior, inclusive, ao ritmo de expansão real do produto agregado na indústria extrativa mineral do Estado.

Participação

Em 2008 o PIB mineiro apresentou crescimento real de 5,2% e valor estimado em R$ 282,5 bilhões. A participação do Estado no PIB nacional cresceu de 9,1% em 2007 para 9,3 % em 2008, o que manteve Minas como a unidade da Federação com o 3° maior PIB do País.

Parte do Centro de Estatística e Informações da Fundação João Pinheiro, a Unidade de Contas Regionais é responsável pelas estimativas do Produto Interno Bruto trimestral do Estado e corresponsável - junto ao IBGE - pelas estimativas do Produto Interno Bruto anual de Minas e seus municípios. "A publicação deste estudo consolida o trabalho que o CEI vem fazendo neste período. É um instrumento importante, pois fornece informações concretas aos setores privado, acadêmico, e aos formadores de políticas dentro do Estado", conclui Poley.

Fonte: Imprensa oficial de Minas Gerais 

Postado: administrador do blog