Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Governador Antônio Anastasia não poderá alegar ignorância sobre movimento reivindicatório

* José Luiz Barbosa 

Hoje assim como em todas as lutas pela valorização profissional e por um salário digno e justo que atenda as peculiaridades, complexidade, responsabilidade e o alto risco do exercício da atividade de segurança pública, devemos relembrar as lições anteriores duramente aprendidas, em especial do movimento cívico dos praças em 1997.
Há uma expectativa e uma tensão muito grande na exata medida do crescimento do movimento, entre os policiais e bombeiros militares, que se preparam para o pior, pois é sempre com truculência, ameaças e intimidações que o governo age para debelar movimentos reivindicatórios e de protesto, mas o pior disto tudo é que existem coronéis que ainda acreditam que uma possível repressão é a melhor medida para colocar fim ao movimento da classe, o que na verdade sabemos tratar-se mais de cobiça pelo poder, afinal se cai o comandante geral, haverá a possibilidade de assunção ao cargo.
Desde 1997, ano em que acordamos para a luta pela cidadania e dignidade profissional, que a consciência política da classe ganhou mais expressão e abrangência, esta tomada de consciência  somados os ideais  que foram revelados publicamente durante o movimento de 97 e outros, entre os quais destaca-se como prioridade a melhoria da segurança pública, agenda que todos sabemos é tema de discursos recorrentes, mas nada é implementado enquanto política pública para valorização dos agentes que operam todo o sistema de segurança e proteção do povo mineiro.
Hoje é um dia importante para retomada da luta, porque esta luta é inerente aos excluídos sociais e dos que são desvalorizados em sua profissão e atividade,  e a atenção do governo ainda não se voltou para a urgente e imprescindível valorização dos policiais e bombeiros militares, como política pública  para imprimir à segurança pública um novo olhar sobre a persecução criminal, com profissionais motivados, seguros  e livres das pressões financeiras  que acabam por implicar em comprometimento da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos.
Estaremos participando de mais uma assembléia geral para somente conhecer o que já é de todos conhecido, que mais uma vez o governo esta nos enrolando e estrategicamente se precavendo, protelando injustificavelmente  o processo de negociação.
Entretanto é bom lembrar, que este prazo para ter validade e legitimidade deve ser submetido a aprovação da assembléia geral, instância soberana e competente para homologar o prazo pedido pelo governo, contrariamente teremos que destituir os representantes da classe, aclamados como negociadores junto ao governo e constituir outro grupo com a aprovação da assembléia, porque estamos sentindo a baixa transparência na interlocução com o governo.
De resto cabe a cada policial e bombeiro militar da ativa, inativo e pensionistas exercer seu mais legítimo e sagrado direito de lutar por um vida digna para si e seus familiares, como garantia de que podemos cumprir a missão de levar segurança para os mineiros, sem sobressaltos,  preocupação e insegurança.
Agora chegou a hora de darmos resposta ao governo, que teve mais do que tempo (12 anos - somado os quatro do atual governo) para planejar e estudar a edição de uma política remuneratória condizente com a importância da segurança pública para o cidadão, pois se não há a tão acalentada valorização é demonstração inequívoca do desinteresse em investir nos recursos humanos, ainda que em seu discurso falacioso sempre aparecem números que são apresentados a sociedade, como uma sólida política de segurança pública.
A assembléia geral de hoje, dia 11 de maio, às 14:00hs será decisiva, primeiro para podemos conferir se os oficiais desta vez também estarão empunhado a bandeira de luta, lado a lado com os praças, pela valorização profissional e da instituição policial e bombeiro militar, o que esperamos seja diferente, como já estamos vendo a presença, ainda que tímida de muitos oficiais, subalternos e intermediários, e uns poucos majores da ativa, porque presença de coronéis se resume a uns gatos pingados inativos quase sempre ligados a UMMG e COPM.
Mas o sentimento que temos é que os policiais e bombeiros militares, assim como em outras corporações espalhadas pelo Brasil, estão tomando as rédeas da luta, dando importantes passos para que sua cidadania e dignidade sejam plenamente respeitadas, pois entra e saí governo, o que sempre escutamos são promessas e afirmação de que somos a melhor Polícia Militar do Brasil, patrimônio do povo mineiro.
Portanto a hora de exigir valorização profissional e reajuste salarial é agora, sim porque, em breve estaremos às voltas com uma copa do mundo, que será um marco para projeção de Minas Gerais e do Brasil na comunidade internacional, senão teremos uma copa de primeiro mundo com uma polícia de terceiro.
O mais interessante, caso o governo não saiba, é que desta vez não haverá ruptura entre ativos e inativos, porque despertou em cada um a certeza de que sobrevivendo aos trinta anos de serviço, seu destino certo é também integrar o corpo de inativos da Polícia e Corpo de Bombeiro Militar, e a paridade é um dogma protegido de geração em geração, e até pouco tempo muitos não haviam compreendido o quanto é fundamental preservá-la e defendê-la a qualquer custo, e não estamos aqui incitando ou ameaçando nenhum governo, mas defendendo um direito conquistado por outras gerações que nos sucederam.
Não podemos blefar ou somente agitar as ruas com passeatas, é preciso que cada um faça sua parte, e a dos policiais e bombeiros militares é hipotecar sua força para que possamos forçar o governo e sentar em uma mesa de negociação, e não dar-lhe tempo para preparar sua caixa de maldade, porque aí depois que o movimento fugir ao controle ante a intransigência governamental e a omissão das autoridades do estado, seremos forçados a tomar medidas drásticas para impor exigências e reivindicações que em um processo ético, respeitoso e transparente de negociação certamente não seriam pautadas na agenda de reivindicação da classe.
O governador com sua competência e notória inteligência, sabe das consequencias muitas vezes incalculáveis para a segurança pública com um movimento batendo às suas portas, porque se tivermos que adotar ações mais enérgicas e impopulares, esta será uma decisão da assembléia geral, o que poderá ser evitado  abrindo o processo de negociação, para celebrarmos acordo justo e que atenda a reivindicação do piso salarial de míseros R$ 4000,00, valor que permite o policial e bombeiro militar suprir a subsistência de sua família com o mínimo de dignidade.
Vamos marchar pela valorização profissional! Devemos lutar na defesa de direitos, e a mais poderosa arma de que dispomos é a pressão democrática e em último e extremo caso, a paralisação das atividades de segurança pública, entre outras medidas com impacto direto na qualidade, efetividade e eficiência, que atingirá a sociedade indiretamente, porque existem medidas legais a serem empregadas que poderão afetar e desestabilizar todo o sistema de segurança pública e defesa social.                                                                                 

O Governador Antônio Anastasia não poderá alegar ignorância quanto a insatisfação que culminou com o  movimento reivindicatório, porque não se trata tão somente de um movimento de reajuste salarial, mas de valorização de um atividade essencial e indispensável para o desenvolvimento social e para o equilíbrio das relações entre os cidadãos na vida em sociedade.

* Presidente da Associação Cidadania e Dignidade,  Bacharel em direito e fundador do blog politica cidadania e dignidade.

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