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quinta-feira, 19 de maio de 2011

País teme que troca de comando mude o FMI

A equipe econômica brasileira está preocupada com a possibilidade cada vez mais concreta de saída de Dominique Strauss-Kahn do comando do Fundo Monetário Internacional (FMI), por causa do escândalo sexual que o levou à cadeia nos Estados Unidos.
A reportagem é de Fabio Graner e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 19-05-2011.
O grande temor é de que o atual diretor-gerente, que tem tido uma postura mais alinhada com os países emergentes, seja trocado por alguém de linha mais conservadora, nos moldes das gestões anteriores do Fundo, vistas como catalisadoras de processos recessivos nos países que obtiveram socorro da instituição nos anos 90.
Diante dessa preocupação, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mandou ontem carta aos ministros do G-20 (o grupo dos 20 países mais ricos do mundo) defendendo que o nome de um eventual substituto não seja necessariamente um europeu e seja feito com base em uma consulta mais ampla aos países, não só o restrito G-7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo). Sem dizer diretamente, Mantega está manifestando o desejo de ver o FMI dirigido por alguém oriundo de um país emergente.
"Antes de discutir nomes, devemos estabelecer critérios para uma seleção adequada do diretor-gerente do FMI. O Brasil sempre apoiou a posição de que a seleção deve ser baseada no mérito, independentemente da nacionalidade. Já se passou o tempo em que poderia ser remotamente apropriado reservar esse importante cargo para um cidadão europeu", disse Mantega na carta. "Também já se passou o tempo em que algumas decisões podiam ser tomadas por um grupo exclusivo de países. O G-20 já substituiu o G-7 como principal fórum para a cooperação econômica internacional. O FMI não pode ficar para trás neste processo de mudança institucional."
Momento
Segundo uma fonte do governo, as dúvidas envolvendo a permanência de Strauss-Kahn no FMI ocorrem em um momento particularmente importante para a economia europeia, envolta com as crises fiscais de países como Grécia e Portugal. Na visão dessa fonte, o destino da Europa será determinante para o desempenho da economia mundial. Uma crise mais grave lá pode abortar o movimento de retomada da economia do planeta. Assim, a incerteza adicional proporcionada pela situação do FMI agrega risco ao cenário.
O governo brasileiro avalia que, além de estar contribuindo efetivamente para ajudar os países emergentes a terem maior influência no organismo multilateral e na arquitetura financeira mundial, Strauss-Kahn tem uma visão semelhante à brasileira sobre a necessidade de se injetar maciçamente recursos nos países em crise, como Grécia e Portugal. Para o Brasil, além de uma ajuda volumosa, os juros desse socorro precisam ser baixos para que essas economias possam efetivamente saírem da crise.
A área econômica teme que o enfraquecimento de Strauss-Kahn dê mais força ao pensamento conservador da Alemanha, que ainda torce o nariz para socorrer em condições muito favoráveis os problemáticos países da periferia da zona do Euro. Essa postura, na visão brasileira, aumentaria o risco de calote, especialmente da Grécia, o que poderia criar tumulto na Europa, contaminando o resto do mundo.

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