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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Sistema financeiro tem "elite" assalariada, com mais diploma e renda

 

Recrutadoras de 'mentes agudas', segundo economista, empresas financeiras são as únicas, no Brasil, em que mais da metade dos funcionários formou-se na faculdade e uma das poucas a contar com maioria feminina. Elite de 800 mil trabalhadores do setor recebe R$ 3,8 mil mensais, uma vez e meia a média geral no país, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A reportagem é de André Barrocal.

BRASÍLIA – Em março de 2009, com o mundo mergulhado na crise financeira que explodira seis meses antes, o economista Paul Krugman publicou artigo no jornal The New York Times sobre as fraudes no sistema financeiro responsáveis pela situação. O texto dizia que as finanças “atraíram muitas de nossas mentes mais agudas e fizeram algumas pessoas imensamente ricas”. Krugman referia-se especialmente à cúpula das instituições, mas a afirmação vale para o organograma inteiro delas. Ao menos no Brasil.

No fim daquele mesmo ano de 2009, o sistema financeiro era a única área da economia brasileira que tinha mais da metade dos seus trabalhadores oriunda das universidades, celeiro de “mentes agudas”. O salário médio no setor era de R$ 3,8 mil mensais. Um valor que, se não faz do dono do contracheque alguém “imensamente rico”, representava quase uma vez e meia a remuneração média dos assalariados em geral, bem à frente do setor medalha de prata - infomação e comunicação (R$ 2.950 mensais).

Os números fazem parte de uma pesquisa anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira (25/05). É o Cadastro Central de Empresas (Cempre), com estatísticas sobre setor público, empresas privadas e entidades sem fins lucrativos.

De acordo com o levantamento, em 2009, o país tinha 40,2 milhões de assalariados, dos quais só 6,6 milhões (16,5%) possuíam nível superior completo. O ganho médio de cada trabalhador era de R$ 1.540 por mês, mas alcançava R$ 3,9 mil quando o indivíduo tinha “canudo”. Nas contas do IBGE, um trabalhador diplomado recebia 225% a mais do que um que não tinha, a desigualdade mais gritante dentre todas as comparações possíves.

Ao se considerar só as empresas privadas, o Brasil tinha 28,2 milhões de trabalhadores, com um universo ainda menor de formados numa faculdade (9,3%) e um salário médio também inferior (R$ 1.410). No caso específico das empresas com “atividades financeiras, seguros e serviços relacionados”, a pesquisa identificou 806 mil trabalhadores, 51,5% deles graduados. O segundo setor mais diplomado era o de educação (48,5%). Em terceiro, o serviço público (41,%).

A elite assalariada do sistema financeiro abocanhou junta R$ 36,7 bilhões em 2009, o que dá R$ 3,8 mil por mês. No ramo da informação/comunicação, o segundo mais bem pago, o IBGE contou 712 mil assalariados, os quais faturaram R$ 17,5 bilhões ( R$ 2,950 por mês). A administração pública ficou na terceira posição, com 7,7 milhões de servidores, que receberam, em média, R$ 2,2 mil mensais.

O sistema financeiro destacou-se também porque, em 2009, era um dos únicos cinco setores, de um total de vinte tipificados pelo IBGE, em que havia mais mulheres do que homens. O grupo da maioria feminina incluía ainda saúde, educação, alojamento/alimentação e um genérico “outras atividades de serviços”.

Naquele ano, encontravam-se 41,9% de mulheres assalariadas no país (16,8 milhões), graças a maior participação delas no serviço público. Na iniciativa privada, a proporção de mulheres era menor (35%). No geral, o salário do homem superava o da mulher em 24%.

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