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terça-feira, 10 de julho de 2012

Patrimônio de vereador sobe até 23.460% em quatro anos

 TSE divulga informações detalhadas sobre os bens dos candidatos, permitindo aos eleitores acompanhar o enriquecimento ou, em alguns casos, o empobrecimento dos atuais vereadores

Daniel Camargos -
Marcelo da Fonseca

O eleitor que quiser obter o maior número possível de informações sobre os candidatos antes de decidir em quem votar deve ficar atento ao site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No DivulgaCand (http://divulgacand2012. tse.jus. br), já está disponível o patrimônio declarado de cada um dos pretendentes aos cargos de vereador e prefeito em todas as cidades brasileiras, incluindo o que foi informado em 2008 – se eles foram candidatos naquela eleição –, permitindo ao eleitor calcular a evolução patrimonial.

Trinta e oito vereadores registraram candidatura e tentarão a reeleição na capital mineira. A maioria (25 candidatos) viu o patrimônio engordar, quando comparado o que foi declarado na última eleição. Apenas cinco ficaram mais pobres. A última legislatura da Câmara da capital mineira foi marcada por uma série de escândalos e também muito desgaste quando os vereadores tentaram, mas não conseguiram, aumentar os próprios salários em 61,8%.


O vereador Edinho do Açougue (PTdoB) declarou ter apenas R$ 1 mil em 2008. Para esta eleição afirma ter patrimônio de R$ 234,6 mil, o que representa um crescimento de 23.460%. Se continuasse no antigo emprego teria que vender muito filé e picanha para conseguir desempenho semelhante. Outro que também teve aumento expressivo foi Reinaldo Preto do Sacolão (PMDB), passando de R$ 6 mil para R$ 180 mil, o que corresponde a um aumento de 3.000%.

Vale destacar que entre os atuais vereadores apenas dois informaram patrimônio na casa do primeiro milhão: Leonardo Matos (PV), que declarou ter R$ 1.104.000, e Daniel Nepomucemo (PSB) com R$ 1.059.260,29. Outros quatro estão quase lá: Alberto Rodrigues (PV), R$ 878 mil; Heleno (PHS), R$ 874 mil; Tarcísio Caixeta (PT), R$ 859 mil; Geraldo Félix (PMDB), R$ 857 mil; e Henrique Braga (PSDB), R$ 827 mil.

Apesar de a grande maioria dos atuais vereadores terem conseguido aumentos significativos em seus patrimônios nos últimos quatro anos, para cinco vereadores a situação foi inversa. Entre os parlamentares que declararam possuir menos bens neste ano quando comparado com a última eleição municipal, a vereadora Maria Lúcia Scarpelli (PCdoB) foi, pela declaração, a que mais perdeu, passando de R$ 20 mil para apenas R$ 89,65, queda de 99,6% em seu patrimônio. Arnaldo Godoy (PT), Iran Barbosa (PMDB), Moamed Rachid (PDT) e Silvinho Rezende (PT) também tiveram queda na lista de patrimônios entregues à Justiça Eleitoral. Já os vereadores Gunda (PSL) e Hugo Thomé (PMN), que em outubro tentam garantir mais quatro anos na Câmara, não declararam bens à Justiça Eleitoral.

Campanha
Para uma disputa eleitoral que promete ser uma das mais acirradas dos últimos tempos, o primeiro fim de semana de campanha em Belo Horizonte foi frio. Nem Patrus Ananias (PT) nem Marcio Lacerda (PSB) pediram voto. Apenas a militância petista saiu às ruas ontem e sábado. A campanha de Lacerda passou em branco. Hoje, no entanto, os presidentes estaduais e municipais dos 19 partidos que compõem a coligação BH Segue em Frente, incluindo PV, PSDB, DEM e PP, se reúnem com o prefeito e o candidato a vice, Délio Malheiros (PV), para decidir os rumos da campanha.  

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