O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Márcio Martins Sant'Anna, defendeu, durante a visita da Comissão Especial para o Enfrentamento do Crack da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que o trabalho feito com os usuários de drogas no Estado não deve ser apenas repressivo, e sim mais humanizado. O encontro aconteceu nesta segunda-feira (2/7/12), no Comando Geral, localizado na Cidade Administrativa, e teve o objetivo de solicitar a interação entre a corporação e os chamados Consultórios de Rua, que prestam assistência a dependentes químicos em situação de rua.
Sant'Anna explicou que a PMMG já procura realizar abordagens qualificadas e que o Governo do Estado conta com programas que possibilitam melhorar o encaminhamento dos usuários de drogas. Ele acredita, entretanto, que nenhuma ação será eficaz sem a integração com os sistemas de saúde, educação e o Poder Judiciário. “A Assembleia está elevando a discussão, por isso temos a esperança de que possamos aperfeiçoar nosso trabalho e aumentar a interlocução entre os entes federados”, salientou. O comandante-geral citou, ainda, os trabalhos feitos pelos programas “Crack, é possível vencer” e “Proerd”, e disse que há vontade política para que os problemas gerados pelo tráfico sejam minimizados.
Durante a visita, o responsável pela Coordenação de Operações e de Treinamento do Proerd, capitão Hudson Ferraz, sugeriu que seja feito um seminário com o intuito de promover o compartilhamento de experiências entre a PMMG e os Consultórios de Rua. Segundo ele, a corporação quer melhorar a humanização das abordagens e, desde 2011, modificou seus procedimentos com pessoas sob surto por dependência química.
Resultados efetivos – O presidente da Comissão Especial para o Enfrentamento do Crack, deputado Paulo Lamac (PT), solicitou o esforço da Polícia Militar neste alinhamento de informações com os Consultórios de Rua, e citou experiências bem sucedidas de combate às drogas nos Estados Unidos e Portugal. Para ele, é possível que essas ações sejam implantadas em Minas Gerais, desde de que haja um esforço conjunto para que a legislação seja alterada. “Precisamos encontrar maneiras de tornar a abordagem mais humana e menos punitiva. Nosso sistema penitenciário está lotado e, muitas vezes, por pequenos distribuidores e usuários que não afetam o tráfico em larga escala”, disse. O parlamentar destacou que a comissão especial pretende ser concluída levando propostas objetivas para que a realidade das drogas seja mudada em Minas e no País.
Participaram também da visita as representantes do CAO de Direitos Humanos do Ministério Público, Andréa David; e do Centro Nacional de Direitos Humanos, Luana Ferreira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sua opinião, que neste blog será respeitada