* José Luiz Barbosa
Minas Gerais é a grande vitrine nacional do Senador Aécio Neves, para seu projeto de candidatura a presidência da república, e também caixa de ressonância para o resto do Brasil, de como o governo sinalizará sobre a reivindicação de aumento salarial e instituição do piso salarial para os policiais e bombeiros militares, já que as políticas públicas na área de segurança pública se tornaram referência para outros estados da federação e polícias militares e civis, como proposta bem sucedida de repressão, prevenção da criminalidade e redução da violência.
De agora em diante toda informação que circular, proveniente de fontes incertas e anônimas devem ser avaliadas criticamente e com todo cuidado, pois sua finalidade certamente não será de fortalecer e assegurar aos policiais e bombeiros militares a mobilização fundamental para o exercício da pressão e da adesão as medidas que poderão ser iniciadas tão logo o governo descumpra seu compromisso de estabelecer um piso salarial que nos recoloque no terceiro lugar nos rank salarial entre as polícias militares brasileiras.
De certo que a aproximação do prazo fixado pelo governo, dia 25 de maio, quarta-feira, multiplicou a expectativa e é decisivo entre os policiais e bombeiros militares, pois a consciência da participação tornou-se a única arma na luta pela valorização profissional e do respeito a dignidade, e comprovará o grau de preocupação do governo com a segurança pública, que apesar dos investimentos em logística, equipamento e reaparelhamento das polícias e do corpo de bombeiros militares, ainda não priorizou a valorização dos operadores do sistema de segurança e persecução criminal, que esperam paciente e disciplinadamente pelo anúncio do governo. Mas paciência tem limite.
Se realmente o governo de Minas, tiver com segundas e escusas intenções, saberemos em breve, porque não há como esconder no discurso e em ações políticas sua verdadeira estratégia, que revelará como deveremos nos relacionar nos próximos anos, até mesmo porque resta muito tempo de governo, para que estragos, desgastes e prejuízos politicos possam ser sistematicamente colhidos, com efeitos irreversíveis e repercussão em todo tecido social.
A decisão de um retrocesso ou decadência na segurança pública está nas mãos do governo, das entidades e do comando, porque há co-responsabilidades entre ambos, e a afirmação em destaque, tem sua razão de ser, porque as negociações ocorrem a porta fechadas, e ninguém em sã consciência garante que não há uma articulação de bastidores para refrear os ânimos e a disposição de se partir para um confronto com o governo, se o anúncio do aumento salarial vier sem o piso salarial, ou com um parcelamento que inviabilize a recomposição e a manutenção do seu poder de compra atualizado.
Nestes dois dias que restam para o anúncio do governo, o que devemos e temos que fazer é retomar e intensificar ininterruptamente a mobilização, e isto é de suma importância e responsabilidade de cada um, seja nos quartéis, nas viaturas, nas seções, nos treinamentos, nas instruções, no bate papo nos clubes, no policiamento e nos blogs - ferramenta que demonstrou sua eficacia e se incorporou no dia-a-dia dos policiais e bombeiros militares, simpatizantes e defensores da segurança pública e da luta pela valorização profissional, que são milhares em todo Estado de Minas e no Brasil.
Se neste intervalo, as entidades se mostraram ineficientes e com investimentos mínimos em participação, propaganda e divulgação das informações sobre suas ações e intervenções, seja na mobilização, na pressão sobre o governo e a assembléia legislativa, na elaboração de proposta sem fundamento técnico, orçamentário e financeiro que inclui-se justificativa clara e persuasiva para ser apresentada à sociedade, para que possa compreender e assimilar a urgência, necessidade e a pertinência da implantação do piso salarial, como pressuposto indissociável de melhoria de sua segurança e proteção.
É neste intervalo e vácuo político representativo deixado intencionalmente pelas entidades de classe e pelo comando é que devemos agir, e não deve haver preocupação com a crítica indevida e hipócrita de que não adianta "mobilização virtual", primeiro porque esta crítica nasceu do medo e da represália dos que foram atingidos pela trabalho sério, competente e responsável dos blogueiros, que além de mobilizar, conscientizar, esclarecer e orientar, estão sempre presentes nas assembleias gerais.
O momento crucial se avizinha, e assim como o governador, que não poderá alegar ignorância sobre o movimento reivindicatório e suas reivindicações, as entidades de classe e o comando, não devem ignorar que qualquer tentativa de ludibriar ou endossar proposta indecorosa do governo será fácil e imediatamente rechaçada em um amplo movimento dos blogs, e as consequencias e seus desdobramentos serão conhecidos em todo Estado de Minas Gerais, na mais longínqua e menor unidade policial e de bombeiro militar.
Há uma crença de que o movimento de 1997 não se repetirá, e nisto os seus profetizadores tem certa razão, mas de lá para cá, surgiram outras estratégias e ações eficazes que podem e serão implementadas, com mais resultados e repercussão social, e se as entidades não quiserem ou se fizerem de impotentes e incapazes de bancar o movimento, temos atualmente o canal de maior credibilidade e respeito perante os policiais e bombeiros militares: OS BLOGS hospedados na internet, e seus autores sabem de seu alcance e poder.
E que não o duvide os "inimigos" dos blogs, de que este movimento, assim como a mobilização para o dia 08 de junho, data da apresentação da proposta do governo para discussão na assembléia geral unificada, será de exclusiva autoria "indeterminada" dos blogueiros, aí os detratores que estão duvidando da força e potencial de uma convocação virtual dos policiais e bombeiros militares, conhecerão o que é possível fazer com a tão criticada mobilização virtual - vide a última façanha ocorrida em São Paulo no protesto convocado sobre construção de estação do metrô no Bairro Higienopólis, zona sul da cidade.
Dia 25 de maio é o anúncio do governo e dia 08 de junho é dia de discutirmos e aprovarmos a proposta que poderá ser o marco da retomada da luta da família militar de Minas Gerais, e nesta luta queremos contar também com os oficiais, que já passaram da hora de mostrar que são merecedores da confiança, lealdade e respeito dos praças, que também são protagonistas da luta por valorização profissional e cidadania.
* Presidente da Associação Cidadania e Dignidade, Bacharel em direito, e Fundador do blog politica cidadania e dignidade.
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