BRASÍLIA. Um dia depois da paralisação dos magistrados federais, os Tribunais Regionais Federais (TRFs) ainda não sabem como vão cumprir a determinação do Conselho de Justiça Federal de cortar o ponto dos juízes que aderiram ao movimento. O TRF da 3ª Região, que engloba São Paulo e Mato Grosso do Sul, informou que nesses estados ninguém cruzou os braços. Com isso, o tribunal acabou contestando os dados divulgados pela Associação dos Juízes Federais (Ajufe).
Segundo a Ajufe, em todo o país, 90% dos juízes aderiram à paralisação por aumento salarial de 14,79%. Mas, segundo o TRF-3, 300 juízes e 41 desembargadores que fazem parte da 3ª Região da Justiça Federal não teriam engrossado a paralisação. Ou seja, considerando apenas os dados do tribunal de São Paulo, a adesão teria sido de 77%.
O TRF-3 informou que houve apenas um ato de apoio à greve por aumento salarial, igualdade de prerrogativas com o Ministério Público e mais segurança para os magistrados. Para o presidente da Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Ajufesp), Ricardo de Castro Nascimento, no entanto, é difícil precisar quantos aderiram à greve de ontem.
- Ninguém tem como comprovar quem trabalhou e quem não trabalhou. O tribunal não controla o ponto de juiz. Nós não batemos ponto, a gente recebe advogado em casa, trabalhamos o tempo todo. Mas me surpreendeu a grande adesão no país. A maioria aderiu à greve, atendendo apenas os casos de urgência - afirmou o juiz.
Segundo a Ajufesp, cem juízes participaram da reunião que aconteceu no próprio local de trabalho, no auditório do Fórum Pedro Lessa, em prol das causas da greve, mas trabalharam normalmente após o evento.
Os TRFs ainda estão avaliando como cumprir a decisão do Conselho sobre o corte de ponto. O TRF da 4ª Região disse que a decisão será cumprida, se for o caso, mas que é preciso analisar a participação dos juízes na greve. O TRF da 1ª Região informou que aguardava posição do presidente sobre o assunto. Procurados, os TRFs da 2ª e 5ª Regiões não responderam os pedidos de informação do GLOBO.
FONTE: O GLOBO - 29/04/2011
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