MUNIÇÃO
Corporação alega que intenção era garantir prova de tiro de novatos
PUBLICADO EM 19/07/15 - 03h00
A chegada de 1.410 novos policiais militares no Estado em 2016 seria um dos principais motivos para a ordem de economizar munição recarregada (para treinamento), segundo a corporação. O TEMPO mostrou com exclusividade documento expedido na última segunda-feira pelo chefe em exercício do Estado-Maior da Polícia Militar, Laércio Gomes, suspendendo o uso de balas em festividades e em provas de tiros. Um dia depois, a assessoria da corporação afirmou que as atividades começam a ser regularizadas em agosto – o processo deve ser estender até outubro.
Apesar de o documento dizer que os estoques de munição estavam críticos e que a medida era uma forma de racionar recursos em meio a uma crise econômica, a PM explicou que a ordem foi em parte uma ação preventiva, uma vez que os novos militares vão precisar das balas para o treinamento prático de tiro, pré-requisito para iniciar a carreira. A outra parte se deve a um processo de regularização dos estoques ainda em andamento – em março, a empresa que fornecia pessoal para a produção da munição faliu e o contrato com a PM foi revogado.
Desde então, o comandante do Departamento de Apoio Logístico (DAL) da corporação, coronel Fernando Antônio Arantes, garante que investimentos foram feitos. Segundo ele, houve a aquisição de nova aparelhagem e um aumento na produção em cerca de 50%, tudo também pensando no treinamento dos novos policiais.
“Adquirimos outras máquinas e com elas conseguimos aumentar a produção. A fábrica não parou porque os militares que coordenam a fábrica puderam continuar a operar a produção”, garantiu Arantes.
Parque bélico. Após a reportagem de O TEMPO, a PM abriu as portas do local onde funciona sua linha de produção das munições. Ela é coordenada por militares especializados em armamento e usa civis terceirizados na linha de produção.
Lá são produzidos cartuchos iguais à munição real, usadas nas ruas, mas sem a certificação do Exército para esse fim. Segundo a assessoria da PM, elas são destinadas apenas a treinamentos, campeonatos e torneios internos da polícia.
Como funciona
Lotes. Os estojos vazios chegam até o parque, são separados em lotes e lavados com produtos químicos específicos. Eles são levados para uma máquina onde as espoletas são colocadas. Em seguida há o preenchimento com pólvora e a finalização do processo com o projétil.
Testes. Há um laboratório de testes no local. O material é embalado e enviado para os batalhões do Estado.
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