Na semana passada você leu em toda a mídia sobre os protestos, no Rio de Janeiro e amiúde, contra o Uber –cujo volume de baixar aplicativo subiu 5 vezes nas 24 horas seguintes à efervescência.
Bem: fui ouvir um taxista com 40 anos de praça. Magro e grave, “seo” Ditinho tem olhos de sabujo velho, mãos ossudas, voz tresnoitada de guimba de cigarro sem filtro –e uma singular capacidade de falar 20 palavras por segundo. Eis o que ele me contou a bordo de sua nave espacial, um Fiat caindo aos pedaços, com amortecedores vencidos em 1910, com certeza…
O que acha do Uber?
Você já usou o Uber? Se liberarem, vou comprar um carro. Sabe qual a minha rotina? Tenho esse carro velho, para ter o Uber ter um carro de luxo, e um carro desse usado custa 50 mil reais.
E o alvará de carro próprio?
O alvará para você ser taxista custa 100 mil reais, pelo menos esse carro que comprarei pra ter o Uber é meu.
Vou te dizer uma coisa: os jornais e a rádio fazem o senhor ter pena dos taxistas por causa do Uber. Mas na verdade existe na verdade em São Paulo uma máfia dos alvarás, e muita gente tem, sozinha, mais de 200 licenças. Eu por exemplo: pago 3 mil reais por mês para uma dona de um táxi cujo próprio filho trabalha para o Uber. Por que o filho não trabalha para mãe, mas trabalha para o Uber?
E o pessoal da praça, gosta?
Em outubro do ano passado tentaram liberar o Uber. As pessoas continuam trabalhando com o Uber, só nesta semana, a penúltima de julho, pegaram 30 pessoas operando Uber de Cumbica, mas mesmo assim as pessoas preferem tomar essa multa e continuar com o Uber. O gringo já chega aqui com o aplicativo Uber instalado.
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