Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

terça-feira, 5 de abril de 2016

PMDB: UM PARTIDO ENTEADO DA DITADURA


Roberto Andrés

Ocupar a política já

Reforma política
PUBLICADO EM 31/03/16 - 04h30
Há quem diga que caminhamos para o impeachment. Outros, que essa guerra surda vai seguir em giro contínuo, e falso, até 2018. Sabemos que a futurologia é ciência incerta. O que parece certo é que, para qualquer lado que se olhe, as perspectivas são sofríveis.
É evidente que um eventual impeachment não vai reduzir a corrupção. Com a linha sucessória do PMDB, seria somente entregar de vez a chave dos cofres para os bandidos. E estancar a Lava Jato. Há uma fantasia no senso comum brasileiro, construído por uma mídia raivosa e pouco republicana, de que os problemas do país estão “na quadrilha que ocupa o poder”, no caso o PT.
Sim, os problemas do país estão na oligarquia que usurpa o Estado, só que há alguns séculos. O PT chegou há pouco e, infelizmente, deu continuidade a práticas que prometia combater. Mas nunca antes na história desse país algum governante foi deposto por pedaladas fiscais. E contra Dilma não há denúncias de ilícito, ao contrário daqueles que tocam o processo do impeachment.
Por outro lado, a perspectiva de continuidade do governo é pavorosa. O segundo governo Dilma começou péssimo e foi piorando a cada dia. Retrocedeu em muitas áreas, não tem projeto de país, direção, nada: rasteja em busca de se manter, muito graças aos erros políticos que cometeu e ao abandono dos seus próprios princípios.
E para os que não querem apoiar um impeachment artificial e inócuo, mas tampouco um governo esgotado? Restará a alternativa de assistir do sofá à condução do país pelos velhos acordos? As negociações de Lula para cessar fogo em Eduardo Cunha ou a fuga dos ratos de sempre em busca de espaço em um governo Michel Temer?
Outras alternativas precisam ser construídas. O ambientalista Apolo Heringer propôs a realização de um plebiscito em que a população decidiria sobre o impeachment, podendo optar por novas eleições. Recentemente, o filósofo Vladimir Safatle reforçou a proposta do plebiscito, que poderia ser convocado pela presidenta, com aprovação no congresso.
Uma proposta de novas eleições, através de uma PEC do recall, tem sido levada adiante por partidos como a Rede, o PPS e o PSTU, além de setores do PSOL. Os instrumentos legais são polêmicos e há risco de casuísmo. Por outro lado, pressupor que a nossa democracia representativa funciona bem é tapar o problema com a peneira. Chegamos onde estamos por ela.
Fato é que aqueles que não se identificam com nenhum dos dois lados são maioria. E se essa força, nem coxinha nem petralha, passasse a reivindicar um plebiscito popular? Outro dia sonhei que as manifestações eram de novo multicoloridas, superando o ódio e o fla-flu ideológico, e reivindicando o protagonismo da sociedade nesse momento tão crucial. Se momentos de crise são aqueles em que o velho já morreu e o novo ainda não nasceu, sonhar é urgente.
E também construir de outras maneiras. Acredito que a renovação só virá mesmo de baixo para cima, na micropolítica. As transformações que urgem nas cidades e que podem arejar a política estão próximas, na abertura dos córregos, no investimento em transporte coletivo, em um sistema de saúde efetivo, em mais parques, árvores, ciclovias, moradias…
Com essas pautas no horizonte, e a partir do diálogo, é preciso ocupar a política com alegria. Porque, afinal, um mandato de vereador tem de ser algo burocrático e enfadonho? Abrir as cabeças para se voltar a sonhar com rios limpos e banhos de cachoeira nos parques é o mesmo que inventar outras maneiras de se atuar na câmara e no executivo.
A Cidade que Queremos BH traz uma proposta nesse sentido. Reunir movimentos sociais, ativistas das várias causas, pessoas de várias cores e gêneros em candidaturas abertas e coletivas, que resultem em mandatos muito mais fora do que dentro das instituições. Não a política como projeto pessoal, mas como ação coletiva em busca da retomada do estado para o bem comum.
O tripartidarismo brasileiro (PT, PMDB, PSDB) não responde aos anseios da sociedade. Em uma pesquisa recente, 89% das pessoas não sabiam indicar alguma liderança que tirasse o país da crise. Talvez elas estejam certas: só será possível sair da crise com a coletividade. Com plebiscitos populares e candidaturas coletivas. Vamos fazer? 

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