Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A força da violência e o poder das armas

A metafísica clássica não conseguiu entender o mal



Ninguém duvida de que a indústria armamentista se inscreve no elenco das piores causas da violência, se não como a pior. Pasmem, ela está a vigir luzidia na economia atual. Aquece-a não só por meio da quantidade gigantesca da produção, como também por pedir altíssimos investimentos na pesquisa, a fim de sofisticar cada vez mais as armas. A tecnologia eletrônica nesse campo atinge píncaros inimagináveis. Tudo para matar!

Vitor Hugo forjou breves e lindos versos sobre o grito. Entra, grita, é a vida. Sai, grita, é a morte. Valem-se das armas. Elas entram, gritam, é o lucro; saem, gritam, é a morte. Ao entrar no mercado, trazem o grito do dinheiro. Ao caírem nas mãos dos usuários, semeiam o grito de morte. E por que o ser humano embarca em tal aventura?

O mal não tem lógica. A metafísica clássica não conseguiu entendê-lo. Chamou-o de carência, de falta, de ausência. A vida real, pelo contrário, vê nele abundância, força, presença. E a violência armada sinaliza tal realidade. Não há dia em que não nos deparemos com esse jogo louco de assaltos seguidos de assassinatos, de vinganças carregadas de sangue, de crimes e crimes, facilitados pela abundância de oferta de armas, que vão parar até nas mãos de crianças.

Sentimo-nos realmente impotentes quanto ao aspecto do controle físico das armas. Entram por todos os lados. Penetram os escusos ambientes da droga, das gangues facciosas, dos violentos. E a defesa policial se arma na mesma medida.

A saída desse impasse desloca-se para a fantasia, para o imaginário social. Aí teríamos condições de fazer baixar a violência. Mas, para isso, precisamos de educação. Pequeno exemplo. Em determinada prisão de crescida periculosidade, conseguiu-se baixá-la, ao promoverem-se representações teatrais com os presos. Produziram verdadeira catarse. Mais arte, menos violência. Mais beleza nas escolas, menos brutalidade entre os alunos. Mais sensibilização para cenas humanas, menos arremedos de estupidez. Infelizmente o descuido pela educação - haja vista a miséria de salário de muitos professores - permite que a arma exerça tanta atração sobre os jovens.

Ao lado da estética, aumentemos o espírito lúdico. Esse serve de corretivo da enfermidade do esporte comercializado, que tem gerado gangues de torcidas turbulentas. O lúdico corrige a ganância de vitória a todo custo, a competição até o sangue. Ele faz o esporte ser alegre, leve, humano e humanizante. As armas perderão força atrativa quanto mais beleza e jogo houver na vida dos jovens.

Uma pitada final de experiência religiosa e eis o coquetel da paz contra as armas. Essas se combatem dentro do indivíduo. Fora, temos fracassado. Apostemos na fantasia pacífica, no imaginário social povoado de arte e alegria, de jogo e sentimentos religiosos. Talvez se torne a melhor batalha contra a indústria armamentista. As outras, parece, perdemos por causa da conivência e subserviência do Estado à força do capital.

João Batista Libânio
 
Fonte: noticiadacaserna.blogspot.com

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