EDUARDO COSTA - Os mais de 40 mil homens e mulheres da Polícia Militar de Minas têm motivos para encerrar 2011com o sentimento da realização. Ainda que isso irrite a alguns, a Corporação continua sendo a que tem maior apreço por parte da população, maior capilaridade num Estado de 853 municípios e, se a violência é um desassossego entre nós, a culpa não é da milícia de Tiradentes, que está nas ruas, prende, adverte, faz ocorrência, faz parto na ambulância, mata cão bravo, separa briga de marido e mulher e se mete em um sem número de outras coisas que não deveriam ser sua prioridade.
No campo institucional, a PM melhorou o nível futuro de sua tropa, passando a exigir diploma de curso superior para soldados e graduação em Direito para os que querem se tornar oficiais (e note-se que em recente vestibular a Academia recebeu mais de 50 interessados por vaga). No campo prático, a Polícia Militar conseguiu um avanço salarial considerável e seguro, pois o salário de um soldado já passa de R$ 2.300,00 com garantia legal de chegar, em quatro anos, a R$ 4.500,00.
Então, que venham os fogos de artifício e vamos comemorar? Não. Infelizmente, como é grande demais e recruta seus integrantes no mundo real, a PM sofre com algumas cabeças doentias... E nos últimos meses vários de seus membros participaram de crimes estarrecedores.
Ainda sob o impacto daquela dupla que atuou na “gangue da degola”, ano passado, vimos 2011 marcado por uma lambança de PMs no aglomerado da Serra. Mataram, fria e cruelmente, duas pessoas e depois ficaram melindrados, achando que a imprensa pegou pesado... Mais recentemente, alguns assassinatos inacreditáveis: dois soldados mataram a sangue frio uma mulher na Avenida Nossa Senhora do Carmo e a outra escapou fingindo-se morta; uma guarnição inteira do 16º Batalhão espancou e executou um homem no Humaitá e agora, para fechar o ano, uma ocorrência de arrepiar no Bairro Lindéia...
Pelo que se tem notícia a briga de um soldado com um cidadão foi o motivo para ele chamar os amigos, invadir a casa do desafeto e executá-lo sem sequer pensar no bebê de oito meses que estava ao lado. Só não choramos pela PM porque a Corporação tem se mostrado rigorosa com os que se comportam como bandidos... Para os assassinos, no lugar da farda, a cadeia!
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