Rio de Janeiro, 06 de Abril de 2015 – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de março apresentou oscilação mensal de 1,32%. Essa taxa de variação é 0,10% maior que a valorização registrada no mês anterior (1,22%) e 0,40% maior que a aferida em março de 2014 (0,92%). O principal responsável pelo forte aumento do IPCA em março foi o aumento nas despesas com Habitação (de 1,22% para 5,29%). Esse grupo respondeu por 59,85% da valorização do indicador no mês, o equivalente a 0,79 ponto percentual.
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Dentre os itens que compõem o grupo Habitação, a tarifa de energia elétrica foi o que exerceu o maior peso sobre a variação mensal do IPCA. O preço da energia elétrica sofreu um reajuste médio de 22,08% no mês – um impacto de 0,71 ponto percentual sobre a variação mensal, representando 53,79% da composição do indicador.
O forte aumento na tarifa de energia ocorreu, principalmente, a partir de 02 de março, com a entrada em vigor da revisão do valor das tarifas aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que acarretaram aumentos extras sobre a conta de luz paga pelo consumidor para cobrir custos das concessionárias com a compra de energia. Na mesma data, houve reajuste de 83,33% sobre o valor da bandeira tarifária vigente, a chamada tarifa vermelha, passando de R$ 3,00 para R$ 5,50.
Campo Grande registrou variação mensal de 34,77% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 26,67%; Curitiba registrou variação mensal de 32,73% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 31,86%; Porto Alegre registrou variação mensal de 27,21% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 26,31%; Goiânia registrou variação mensal de 27,14% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 25,12%; Fortaleza registrou variação mensal de 25,81% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 8,91%; São Paulo registrou variação mensal de 25,63% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 27,91%; Brasília registrou variação mensal de 23,85% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 21,39%; Belo Horizonte registrou variação mensal de 23,61% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 21,39%; Rio de Janeiro registrou variação mensal de 23,34% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 21,05%; Vitória registrou variação mensal de 20,80% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 23,60%; Belém registrou variação mensal de 5,35% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 3,02%; Salvador registrou variação mensal de 2,73% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 4,64%; e Recife registrou variação mensal de 0,65% na tarifa de energia elétrica, após reajuste extraordinário de 1,45%.
Todas as regiões pesquisadas pelo IBGE registraram aumentos bastante consideráveis na conta de luz do consumidor. A única exceção foi Recife, que apresentou uma variação mais modesta (0,65%) em razão de redução tributária. Importante salientar também que, na região metropolitana do Rio de Janeiro, a variação da energia refletiu o reajuste anual de 34,91% em uma das concessionárias. Esse reajuste entrou em vigor em 15 de março de 2015.
Além do forte aumento das tarifas de energia por todo o país, outros itens do grupo Habitação também subiram em março, tais como o aumento de 1,25% no item mão de obra para pequenos reparos e o aumento de 0,96% nas taxas condominiais.
No terceiro mês do ano, as despesas com Alimentação e Bebidas subiram 1,17% e exerceram impacto de 0,29 ponto percentual sobre o IPCA. Juntos, os grupos Alimentos e Bebidas e Habitação exerceram impacto de 1,08 ponto percentual sobre o índice mensal e explicam a forte valorização registrada pelo IPCA no mês. Esse valor percentual responde por 81,82% da composição do IPCA de março.
Nos alimentos, que ficaram 3,50% mais caros neste ano e 8,19% nos últimos doze meses, foram registrados aumentos expressivos em alguns itens, especialmente na cebola (15,10%) e nos ovos (12,75%).
Dentre os demais grupos cabe destacar a alta da gasolina, do grupo Transportes (0,46%), cujos preços se elevaram em 1,26%, ainda refletindo uma parte do aumento nas alíquotas do PIS/COFINS que entrou em vigor em primeiro de fevereiro. Com isto, o litro do combustível totaliza 9,80% de aumento médio neste ano, atingindo 13,36% na região metropolitana de Salvador. Considerando os últimos doze meses a alta foi de 11,49%, chegando a 17,05% na região de Fortaleza.
Ainda nos Transportes sobressai a alta de 0,85% no item ônibus urbano, reflexo de variações apropriadas em Goiânia (10,00%), onde o reajuste de 17,85% no valor das tarifas está em vigor desde o dia 16 de fevereiro; Porto Alegre (7,97%), onde o reajuste foi de 10,85% a partir de 22 de fevereiro e Curitiba (3,40%), onde o reajuste de 15,78% vigora desde o dia 06 de fevereiro. Neste ano, 11,91% mais caras, em média, as tarifas de ônibus urbanos ainda não foram reajustadas em quatro das 13 regiões pesquisadas e atingem alta de 17,86% em Goiânia. Considerando os últimos doze meses, a média é de 14,05%, com duas regiões sem reajuste e aumento mais elevado também em Goiânia, de 22,22%. Também no grupo dos Transportes, os seguintes itens exerceram pressão: seguro voluntário de veículo (3,05%); acessórios e peças (1,50%); automóvel usado (1,28%); e conserto de automóvel (1,15%).
Cabe registrar, ainda, a alta de 1,36% no item higiene pessoal, do grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,69%).
Do lado das quedas os destaques ficaram com os itens passagens aéreas (-15,45%) e telefone fixo (-4,13%). Neste, a queda se deve à redução média de 22,00% nas tarifas de telefonia fixa para móvel, vigente a partir de 24 de fevereiro.
O IPCA é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1980 e se refere às famílias com rendimento monetário mensal de 01 (um) a 40 (quarenta) salários mínimos.
A coleta de preços é realizada em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, domicílios e concessionárias de serviços públicos, abrangendo as 13 (treze) principais regiões metropolitanas do país: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Vitória e Porto Alegre, Brasília, Goiânia e Campo Grande.
Para o cálculo do índice de março de 2015 foram comparados os preços coletados no período de 28 de fevereiro a 27 de março de 2015 (período de referência) com os preços vigentes no período de 29 de janeiro a 27 de fevereiro de 2015 (período base).