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domingo, 20 de dezembro de 2015

Coronel da PM faz acordo de delação premiada com o MP

POR O GLOBO



Gravações mostram conversas entre dois suspeitos de desvio de dinheiro



RIO - O coronel Décio Almeida da Silva, ex-gestor do Fuspom, o fundo de saúde da Polícia Militar para o qual cada PM da ativa colabora com 11% de seus vencimentos, descontados em folha, fez acordo de delação premiada com o Ministério Público e vai responder pelos crimes em liberdade. O oficial está entre os envolvidos no esquema de desvio de pelo menos R$ 16 milhões de dois hospitais da PM, no Rio e em Niterói. Segundo vídeos e áudios, aos quais o RJTV teve acesso com exclusividade, o coronel conversa com a capitã Luciana Rosas Franklim, outra policial suspeita de envolvimento com a fraude.

Nas gravações feitas pelo coronel Décio Almeida da Silva, ele e a capitã falam sobre a compra de materiais, em que as propinas eram pagas e quem eram os chefes da quadrilha, se referindo ao coronel Pacheco e ao Kleber. Os dois também lembram uma compra de 75 mil litros de um ácido usado para limpeza, que custou mais de R$ 4 milhões e nunca foi entregue. Os dois também disseram que os chefões do esquema não queriam receber as propinas no quartel da PM e o pagamento era feito numa churrascaria.

O esquema foi deflagrado na Operação Carcinoma, que resultou na prisão de 22 pessoas, incluindo três coronéis da corporação, dentre os quais o ex-comandante do Estado-Maior Administrativo Ricardo Pacheco. O grupo, formado por 11 oficiais, além de empresários e lobistas, é acusado de montar um esquema de propinas que, por meio de compras sem licitação, desviou pelo menos R$ 16 milhões de dois hospitais da PM, no Rio e em Niterói. A investigação foi conduzida pelo Grupo de Atuação especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do órgão, pela Corregedoria da PM e pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança.

Os 11 oficiais presos na sexta-feira sob a acusação de integrarem uma quadrilha que desviou pelo menos R$ 16 milhões de hospitais da Polícia Militar foram recebidos sob protesto na penitenciária da corporação em Niterói. Policiais encarcerados gritavam, em coro, “Pacheco, ladrão, cadê o meu Fuspom?”, numa referência ao coronel Ricardo Pacheco, ex-comandante do Estado-Maior Administrativo, apontado como mentor de um esquema de propinas, que seriam pagas a um dos gestores do Fundo Único de Saúde da PM, o Fuspom. Além dos oficiais, 11 pessoas foram presas durante a chamada Operação Carcinoma. A investigação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, pela Corregedoria da PM e pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança.

PRISÃO DE LOBISTA CONSTRANGE PMDB

A prisão dele causou constrangimento na cúpula do PMDB fluminense. Militante do partido há vários anos, ele aparece, em seu perfil numa rede social, em fotos ao lado de várias autoridades que pertencem à legenda, como o governador Luiz Fernando Pezão e o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Jorge Picciani. Ex-funcionário da Secretaria estadual de Governo e suplente na Comissão de Ética do PMDB, ele criou, em outubro deste ano, um projeto para “atuar junto aos familiares dos policiais militares falecidos e com aqueles que estão afastados em decorrência de licença para tratamento de saúde”.

O projeto, batizado de “Anjo da Família”, é assunto de um ofício enviado pelo secretário de Governo, Paulo Melo (PMDB), ao atual comandante da PM, coronel Alberto Pinheiro Neto. No documento, de 14 de outubro, o secretário informa ao oficial o celular de Orson Welles “para posterior contato” e diz que o projeto tem como objetivo “amenizar a angústia e o sofrimento dos envolvidos, orientando, acompanhando e fazendo a intercomunicação entre os órgãos”. Segundo a denúncia do Gaeco que deu origem à Operação Carcinoma, o lobista “realizava e participava de reuniões e tratativas escusas, a fim de angariar contratos criminosos”.

— É um constrangimento. Pela postura que ele tinha na militância, jamais imaginei ver seu nome envolvido numa fraude dessas. Ele não entrou na minha gestão. Foi admitido na Secretaria de Governo em 2009, justamente para fazer um trabalho com as famílias de policiais feridos — disse Paulo Melo, que determinou a abertura de um processo de exoneração de Orson Welles do PMDB.

Já o presidente da Alerj, Jorge Picciani, destacou que o partido já expulsou vários filiados por desvios de conduta:

— Ele virou suplente da Comissão de Ética por causa de sua atuação no diretório do partido na Barra. Editava o jornal “Tenho Dito” e, por isso, aparecia em várias fotografias com autoridades. Determinei a suspensão da filiação e abertura do processo de expulsão. Mas ele tem o direito de defesa.


Acusados começam a ser ouvidos


Em uma foto publicada numa rede social, Orson Welles aparece ao lado do coronel José Luís de Castro, ex-comandante da PM. Segundo o Gaeco, o oficial vem sendo investigado por suposta participação no esquema de cobrança de propinas, mas não há fundamento que justifique um pedido de prisão contra ele.

O promotor Cláudio Calo disse que a Operação Carcinoma terminou às 21h de sexta-feira. De acordo com ele, os envolvidos foram ouvidos informalmente e ainda prestarão depoimentos em juízo.

— Alguns demonstram interesse em colaborar com as investigações. Certo é que há outras fraudes sendo apuradas, envolvendo os mesmos protagonistas — disse Calo, acrescentando que a Operação Carcinoma “foi a primeira etapa de um longo processo”.

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