Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Em 2015, 1.739 policiais viraram inativos no Rio; quantidade é a maior da última década


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Em 2015, 1.739 policiais pediram para sair da PM e deixaram a tropa rumo à inatividade. Segundo documentos obtidos pelo EXTRA e que fazem parte da CPI instaurada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) para investigar as mortes de policiais, a quantidade é a maior dos últimos dez anos na corporação e representa um aumento de 11% em relação a 2014. Já em comparação com 2006, quando 630 PMs trocaram a farda pelo pijama, o número de inativos quase triplicou. Entre os motivos alegados pelos PMs para a debandada, estão o receio de mudanças na Previdência e as condições de trabalho da tropa.
— Eu pedi para ir para a reserva porque não compensa mais continuar na corporação, mesmo podendo ganhar um pouco mais. Ouvimos sempre falar na morte de colegas, que estão mais frequentes ultimamente. Melhor ficar em casa — afirma um sargento que já trabalhou no 5º BPM (Praça da Harmonia), no 6º BPM (Tijuca) e no 16º BPM (Olaria) antes de se aposentar este ano.
A maior parte dos agentes que deixaram as fileiras da PM em 2015 (1.345) eram subtenentes. O levantamento — feito pela Diretoria de Inativos e Pensionistas (DIP) da PM — mostra que, em dez anos, 11.171 policiais deixaram a ativa. O número preocupa o comando da corporação.
— Esse número é resultado de um processo histórico. Quando uma leva de policiais entra ao mesmo tempo na corporação, provoca isso 30 anos depois. O ideal é ter um número de entrada anual homogêneo — afirma um oficial da cúpula da PM.
Já para integrantes da CPI, o aumento do número de inativos também se deve às condições atuais de trabalho da PM.
— Hoje, policiais contam os minutos para ir para a reserva, porque são obrigados a trabalhar em lugares onde estão preocupados em não morrer — afirma o deputado Flávio Bolsonaro (PP).
O deputado Flávio Bolsonaro
O deputado Flávio Bolsonaro Foto: Reprodução
‘Mortes assustam’, diz policial
Quatro policiais que se aposentaram em 2015 afirmaram ao EXTRA que o aumento no número de mortes de PMs influenciou na decisão de deixar a tropa. Até novembro, 20 PMs morreram em serviço, dois a mais do que no mesmo período do ano passado. Desse total, 12 morreram em áreas de UPPs.
— É complicado continuar com notícias toda a semana de policiais mortos e baleados. Minha família fez muita pressão para que eu saísse assim que pudesse. Hoje, vivo mais tranquilo — afirmou um subtenente, que pediu para ir para a reserva no mês de junho.
Coronel Lopes: novas regras levam PMs a sair da corporação
Coronel Lopes: novas regras levam PMs a sair da corporação Foto: Bia Guedes / Agência O Globo
Em depoimento à CPI que investiga a morte de policiais na Alerj, o delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Divisão de Homicídios, afirmou que, nos últimos dois anos, 103 casos de mortes de policiais civis e militares foram investigados pela delegacia. Desse total, 44 foram solucionados.
Segundo nota enviada pela PM, “o volume de saída de policiais varia de acordo com o ano de ingresso, já que as turmas que entraram juntas se aposentam, em geral, no mesmo período”. A corporação alega que, a partir de dezembro, mais 1.260 vão iniciar o curso de formação. “No total, 810 homens e mulheres já iniciaram as aulas de formação; outros 450 alunos, aproximadamente, serão chamados na próxima semana”, afirma o texto.
A turma de recrutas convocada para o curso de formação em dezembro é a última que se formará com o currículo atual da corporação, com seis meses de aulas no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap). Com previsão de formatura para junho, esses 1.260 policiais formarão o efetivo das quatro UPPs da Maré, prometidas pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, para o primeiro semestre de 2016, e reforçarão o policiamento da cidade durante as Olimpíadas.

Fonte: http://extra.globo.com/

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