Maioria da população apoia medidas que Dilma Rousseff adotou na área dos Transportes, segundo pesquisa Sensus. Em represália, PR, partido alvo da 'limpeza, anuncia saída da base de apoio a Dilma e postura independente no Congresso. Pesquisa também mostra acomodação da popularidade do governo, depois de uma primeira fase de grande expectativa.
André Barrocal
BRASÍLIA – A “faxina” da presidenta Dilma Rousseff no ministério dos Transportes por causa de irregularidades e deficiências teve o apoio da maioria da população, segundo pesquisa do instituto Sensus divulgada nesta terça-feira (16/08). As medidas presidenciais foram aprovadas por 52% dos brasileiros e desaprovadas por 9%. O resto não sabia opinar ou desconhecia o assunto.
Quando o cálculo se limita às pessoas que estavam acompanhando a crise ou pelo menos tinham ouvido falar dela, o apoio à “faxina” era de 79%, contra 13% de reprovações – 7% não opinaram.
Apesar de a maioria da população apoiar Dilma, 45% dos entrevistados acham que a crise “afeta” a imagem presidencial, ante 16% que não vêem influência. O resultado também muda, quando restringe-se a quem tomou conhecimento da crise nos Transportes: 69% acreditam que a imagem de Dilma é afetada.
A pesquisa é regularmente encomendada e divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). A entidade é presidida pelo senador Clésio Andrade (MG), que pertence ao Partido da República (PR), “alvo” da faxina.
O presidente do partido é o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (AM), também senador. O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (DNIT) Luiz Antonio Pagot tinha sido indicado pelo atual senador Blairo Maggi (MT), igualmente do PR.
O atual ministro, Paulo Sérgio Passos, também tem carteirinha do PR. Porém, ao prestar esclarecimentos sobre os problemas da pasta, nesta terça-feira (16/08), no Senado, Passos disse que o cargo dele não é do PR, mas da presidenta Dilma. É uma mudança no discurso do governo, que havia dito, por ocasião da troca de Nascimento, que a pasta continuaria com o PR.
A declaração, na verdade, antecipou um movimento de certo afastamento em relação ao governo que o partido vinha costurando e formaliza nesta terça-feira (16/08). Nascimento vai anunciar, em discurso na tribuna do Senado, que o partido será independente - deixará de votar a favor automaticamente. O posicionamento foi atencipado pelo líder do partido na Câmara, Linconl Portela (MG).
O Planalto teme que a “independência” faça com que os senadores unam-se a adversários de Dilma na criação de CPIs. Sem isso, a oposição não consegue abrir CPIs sozinha. Nos últimos dias, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Idelli Salvatti, procurou senadores do PR para tentar impedir alianças eventuais deles com a oposição.
Com o afastamento, o governo perde o apoio automático de 41 deputados e 6 senadores.
Popularidade de Dilma
A pesquisa CNT/Sensus trouxe resultados semelhantes ao de recente pesquisa Ibope feita a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ambas apuraram que, após um primeiro momento de grande expectativa, normal em todo início de governo, o otimismo recuou um pouco, mas se estabilizou em patamar elevado.
Em todas as áreas específicas de atuação do governo que foram objeto de perguntas na pesquisa (saúde, educação, emprego e segurança pública), a sensação das pessoas é de menos otimismo agora do que em dezembro, às vésperas da posse de Dilma.
No levantamento Sensus, o governo dela foi considerado bom ou ótimo por 49% dos entrevistados (48% no Ibope), regular por 37% (36% no Ibope) e ruim ou péssimo por 9% (12% no Ibope). A aprovação pessoal da presidenta no Sensus foi de 70% (67% no Ibope) e a desaprovação, de 21% (25% no Ibope).
Uma grande diferença entre as duas pesquisas foi a comparação com o governo Lula. Nos dois levantamentos, 11% das pessoas acreditam que Dilma se sai melhor. Mas, enquanto no Ibope 57% acham que vai ser igual e 28%, pior, no Sensus, os dois índices são de 38% e de 45%, respectivamente.
*Matéria atualizada para acréscimo de informações
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Apesar de a maioria da população apoiar Dilma, 45% dos entrevistados acham que a crise “afeta” a imagem presidencial, ante 16% que não vêem influência. O resultado também muda, quando restringe-se a quem tomou conhecimento da crise nos Transportes: 69% acreditam que a imagem de Dilma é afetada.
A pesquisa é regularmente encomendada e divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). A entidade é presidida pelo senador Clésio Andrade (MG), que pertence ao Partido da República (PR), “alvo” da faxina.
O presidente do partido é o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (AM), também senador. O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (DNIT) Luiz Antonio Pagot tinha sido indicado pelo atual senador Blairo Maggi (MT), igualmente do PR.
O atual ministro, Paulo Sérgio Passos, também tem carteirinha do PR. Porém, ao prestar esclarecimentos sobre os problemas da pasta, nesta terça-feira (16/08), no Senado, Passos disse que o cargo dele não é do PR, mas da presidenta Dilma. É uma mudança no discurso do governo, que havia dito, por ocasião da troca de Nascimento, que a pasta continuaria com o PR.
A declaração, na verdade, antecipou um movimento de certo afastamento em relação ao governo que o partido vinha costurando e formaliza nesta terça-feira (16/08). Nascimento vai anunciar, em discurso na tribuna do Senado, que o partido será independente - deixará de votar a favor automaticamente. O posicionamento foi atencipado pelo líder do partido na Câmara, Linconl Portela (MG).
O Planalto teme que a “independência” faça com que os senadores unam-se a adversários de Dilma na criação de CPIs. Sem isso, a oposição não consegue abrir CPIs sozinha. Nos últimos dias, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Idelli Salvatti, procurou senadores do PR para tentar impedir alianças eventuais deles com a oposição.
Com o afastamento, o governo perde o apoio automático de 41 deputados e 6 senadores.
Popularidade de Dilma
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Em todas as áreas específicas de atuação do governo que foram objeto de perguntas na pesquisa (saúde, educação, emprego e segurança pública), a sensação das pessoas é de menos otimismo agora do que em dezembro, às vésperas da posse de Dilma.
No levantamento Sensus, o governo dela foi considerado bom ou ótimo por 49% dos entrevistados (48% no Ibope), regular por 37% (36% no Ibope) e ruim ou péssimo por 9% (12% no Ibope). A aprovação pessoal da presidenta no Sensus foi de 70% (67% no Ibope) e a desaprovação, de 21% (25% no Ibope).
Uma grande diferença entre as duas pesquisas foi a comparação com o governo Lula. Nos dois levantamentos, 11% das pessoas acreditam que Dilma se sai melhor. Mas, enquanto no Ibope 57% acham que vai ser igual e 28%, pior, no Sensus, os dois índices são de 38% e de 45%, respectivamente.
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