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terça-feira, 23 de agosto de 2011

PMDB tenta preservar Temer e manter-se competitivo em 2012

O ex-ministro Wagner Rossi deixaria o Ministério da Agricultura mesmo que não tivesse se antecipado e pedido demissão à presidente Dilma Rousseff. O PMDB, partido responsável pela indicação de Rossi para o cargo, já havia decidido que o ministro deveria sair para preservar o vice-presidente Michel Temer, seu padrinho político, e conter o desgaste da sigla em São Paulo, onde se preparara para apresentar uma candidatura competitiva à prefeitura da capital e prevenir-se que, com o agravamento da crise, Dilma demitisse Rossi e indicasse um nome de sua escolha pessoal, como aconteceu no Ministério dos Transportes, onde o atual ministro Paulo Passos era o preferido da presidente desde o início.

A reportagem é de Raymundo Costa e publicada pelo jornal Valor, 22-08-2011.

Na avaliação feita pelo grupo que efetivamente comanda o PMDB, o agravamento da crise na Agricultura poderia levar Dilma a chamar o partido, dizer que segurara Wagner enquanto fora possível, mas que ele perdera condições políticas para permanecer e indicar um nome de sua escolha pessoal. O PMDB hoje tem um grupo orgânico de avaliação permanente da conjuntura, integrado pelo vice-presidente Michel Temer, o presidente do Senado, José Sarney, o presidente em exercício da sigla, Valdir Raupp, os líderes Henrique Eduardo Alves (Câmara) e Renan Calheiros (Senado), os ministros Moreira Franco (SAE) e Edison Lobão (Minas e Energia). Enquanto esteve na Defesa, Nelson Jobim também havia se aproximado do grupo.

Trata-se de um grupo ampliado do núcleo que já atuava na Câmara quando Michel Temer presidia a Casa. Dois integrantes do grupo original não estão no primeiro escalão do governo, mas mantêm grande influência no grupo: Geddel Vieira Lima, ex-líder na Câmara e candidato derrotado ao governo da Bahia, hoje numa vice-presidência da Caixa Econômica; e o ex-deputado Eliseu Padilha, atualmente na presidência do Instituto Ulysses Guimarães.

A força de Padilha junto a esse núcleo dirigente pode ser medida pelo esforço que desde o início Michel Temer e seus aliados fizeram para indicar o deputado Mendes Ribeiro para o ministério Dilma. Com sua nomeação agora para a Agricultura, Padilha pode enfim reassumir sua cadeira na Câmara dos Deputados - o presidente do Instituto Ulysses Guimarães não se reelegeu mas era o primeiro suplente do PMDB.

Rossi tinha conhecimento dessa avaliação, mas sabia também que o Palácio do Planalto considerava que ele estava tomando as providências necessárias em relação às denúncias de corrupção. O fato é que ele também se convenceu de que novas acusações seriam publicadas pelos jornais, o que desgastaria ainda mais a imagem do PMDB e de seu padrinho político Michel Temer - ele esteve na Codesp e na presidência da Conab por indicação do velho amigo agora vice-presidente.

Mas o pior era o ambiente familiar, segundo contou aos pemedebistas quando avisou que pediria demissão. O PMDB agiu rápido, Dilma não tinha nada a opor a Mendes Ribeiro (os dois se conheciam do Rio Grande do Sul, ela como secretária e ele como deputado estadual) e se creditou a cobrar do PT eventuais denúncias de irregularidades contra os ministros do partido da presidente da República.

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