Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A BOA DISCIPLINA: O EXEMPLO DA PM DO DF


Muitos oficiais capengas, e aqui, o "muitos" evita a generalização burra, se acham donos da vontade, da liberdade e da mente dos subordinados. Acham que as praças são burras e precisam de tutores ridículos formados nas academias como de "bois de carro". O boi de carro é o animal adestrado para fazer uma única coisa: formar parelha com outro boi e tracionar o carro. Não serve para mais nada. Mas, deixem-me explicar essa ira verbal.
Todos lembram que um corajoso policial militar da PM/DF, João Dias, praça veio, denunciou e derrubou o ministro dos Esportes Orlando Silva supostamente envolvido em um esquema de corrupção que usava ONGs para desviar recursos públicos.
O militar foi capa de várias revistas e jornais de grande circulação no Brasil inteiro pela força de suas denúncias.
Pois bem, é aí que entra a "síndrome das estrelas" de alguns oficiais, os quais, não se sabe ao certo o motivo, se acham seres diferentes, que nunca pecaram, ou que jamais erraram porque se acham acima da própria humanidade. Imbecil engano.
Pois foi assim que um tal de major Neilton Barbosa, ou Babão, resolveu ligar para o soldado João Dias e "aconselhá-lo" a recuar nas denúncias que tem feito, a última contra um secretário de governo e o chefe da Casa Militar do Distrito Federal. O oficial babão visando ganhar pontos com os padrinhos políticos denunciados pelo PM, ameaçou o corajoso praça dizendo que estaria com um "pé na cova" se insistisse nas denúncias.
Não sabia o inoportuno major que o praça gravou toda a conversa. Detalhe, o oficial é da Corregedoria, órgão que abriu procedimento para apurar o porquê das denúncias contra o Ministro terem partido de um PM.
Mas, como sempre, se achando acima da Corregedoria, o major resolveu sacar suas estrelas para amedrontar pessoalmente o subordinado.
Vejam trechos da matéria de O Globo sobre o fato:
"O policial militar João Dias, autor de denúncias de corrupção envolvendo o Ministério do Esporte, foi aconselhado por oficial da Polícia Militar do Distrito Federal a não insistir com as denúncias contra o governo do DF. É o que revela áudio obtido pelo GLOBO. A gravação mostra o major Neilton Barbosa, da Corregedoria da corporação, dando conselhos a João Dias para que ele voltasse atrás. Após a divulgação do áudio, o major foi afastado da corregedoria pela PM. O atual governador do DF, Agnelo Queiroz, foi ministro do Esporte entre 2003 e 2006."
O major chega a perguntar se João Dias estava gravando aquela conversa, o que ele nega: "Você está gravando?", perguntou Barbosa. "Não, pelo amor de Deus. A gente grava bandido", respondeu o soldado. Só depois disso ele faz a primeira tentativa de convencer Dias a voltar atrás: "Você tem certeza que quer seguir com esse tipo de coisa? Porque você está se comprometendo e vai afundar mais ainda" [...].
Em outro trecho, Barbosa (o major) destaca que Dias está "colocando o pé na cova". "O que eu tenho para te dizer: quer relatar, relata, mas você está colocando o pé na cova".
Depois desse belo exemplo de como não se deve portar um superior diante de seu subordinado, o Comando da PM/DF afastou, incontinenti, o major de suas funções e mandou abrir procedimento para apurar a ameaça feita ao subordinado.
E se fosse aqui, na PM do Luciano? Ora, se aqui fosse o palco desse episódio, o major não seria afastado de suas funções e ainda ficaria na Corregedoria para julgar e punir o soldado.
Esse exemplo de Brasília mostra que, não importa o motivo, o oficial não pode usar de seu posto, que, na verdade, não é dele, mas do Estado, para ameaçar ou perseguir subordinados, principalmente se as atitudes do militar não atingiram a pessoa do major.
É a velha história: se o cara se acha o tal, porque não agir como tal? Nesse caso, o tal se deu mal. Para o bom gestor não importa a patente. Importa corrigir o erro e o abuso.
Parabéns ao comando da PM/DF pelo profissionalismo que tanto falta ao encarcerado Comandante da PMAL.
 Fonte: Uniblogbr.com

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