DEPOIMENTO
DE SÃO PAULO
Filho de Elza Pinheiro dos Santos, o motoboy Eduardo Luís Pinheiro dos Santos, 30, foi torturado num quartel e morto por PMs em abril de 2010, segundo investigações. Leia depoimento dado ao repórter André Caramante:
"Minha dor hoje é maior. Me sinto com o coração mais despedaçado do que no primeiro dia. Porque só hoje vejo que ele não vai mais voltar.
Sou mãe de três filhos. Foi uma decepção saber que quem torturou meu caçula até a morte foi alguém que o povo paga do próprio bolso.
As coisas têm de mudar. Não podemos pagar por esse tipo de serviço. A população aprende a ter medo de bandido. Nunca passou pela minha cabeça existir bandido de farda. O Eduardo era pai de uma menina que está prestes a fazer três aninhos.
Após a morte do meu filho, recebi carta do comandante-geral da PM, o coronel Álvaro Batista Camilo. Vejo a carta como a posição de um chefe de família. Um chefe tem as suas responsabilidades. Mas não é isso o que ele espera dos seus subordinados. O comandante Camilo é um homem cristão. Essa carta trouxe para mim, de certa forma, um certo alívio. Como quem diz "nem tudo está perdido".
Apesar de minha tristeza ter aumentado, minha esperança não morreu. Confio em Deus e continuo acreditando nas autoridades. Penso que o crime não vai ficar impune.
O fato de todos os PMs estarem soltos é uma falha da Justiça. Quem cometeu o crime não podia estar solto.
Não sei quem foi exatamente que fez isso. Sei que foram 12. Quem realmente torturou meu filho eu não sei.
Espero que a Justiça me dê a resposta. E digo mais: eles estão perdoados. Esse é um exercício diário do meu coração. Não vou deixar meu coração ser contaminado com o sentimento de falta de perdão, de desejo de vingança.
"Minha dor hoje é maior. Me sinto com o coração mais despedaçado do que no primeiro dia. Porque só hoje vejo que ele não vai mais voltar.
Sou mãe de três filhos. Foi uma decepção saber que quem torturou meu caçula até a morte foi alguém que o povo paga do próprio bolso.
As coisas têm de mudar. Não podemos pagar por esse tipo de serviço. A população aprende a ter medo de bandido. Nunca passou pela minha cabeça existir bandido de farda. O Eduardo era pai de uma menina que está prestes a fazer três aninhos.
Após a morte do meu filho, recebi carta do comandante-geral da PM, o coronel Álvaro Batista Camilo. Vejo a carta como a posição de um chefe de família. Um chefe tem as suas responsabilidades. Mas não é isso o que ele espera dos seus subordinados. O comandante Camilo é um homem cristão. Essa carta trouxe para mim, de certa forma, um certo alívio. Como quem diz "nem tudo está perdido".
Apesar de minha tristeza ter aumentado, minha esperança não morreu. Confio em Deus e continuo acreditando nas autoridades. Penso que o crime não vai ficar impune.
O fato de todos os PMs estarem soltos é uma falha da Justiça. Quem cometeu o crime não podia estar solto.
Não sei quem foi exatamente que fez isso. Sei que foram 12. Quem realmente torturou meu filho eu não sei.
Espero que a Justiça me dê a resposta. E digo mais: eles estão perdoados. Esse é um exercício diário do meu coração. Não vou deixar meu coração ser contaminado com o sentimento de falta de perdão, de desejo de vingança.
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