Os temas valorização profissional, melhores condições de trabalho, respeito à dignidade e garantia ao exercício da cidadania dos policiais e bombeiros militares, são recorrentes em discussões promovidas e provocadas pelas entidades de classe, e também dentro dos quartéis e viaturas, principalmente dos praças, no entanto, pouco ou nada concretamente é feito para assegurar a participação dos maiores interessados, sem o que ficamos sempre no discurso e nos distanciando cada vez mais da prática.
Temos presenciado nas últimas décadas o espírito associativo se agigantar, pois sem ele certamente as associações não subsistiriam, e como já dizia o filósofo Aristóteles: o homem é um ser social, político e gregário, e estas virtudes são essenciais para o surgimento e o fortalecimento das organizações para atuar em defesa dos interesses coletivos da classe.
Em breve digressão histórica, veremos que foram paulatinamente nascendo as entidades representativas da classe, a começar é claro, por motivos óbvios, pelo Clube dos oficias - COPM, após a União dos militares de Minas Gerais - UMMG, que vem sucessivamente sendo dirigida somente por coronéis, mesmo tendo em seus quadros praças como associados, mas por força de dispositivo estatutário anacrônico, que contraria todo um sistema democrático que deveria ser aplicado na entidade, mas prevalece a autoridade hierárquica como atributo para o exercício do cargo, em flagrante desrespeito aos direitos associativos.
Logo na sequência e poucos depois, é fundado o Clube dos Subtenentes e Sargentos, e bem mais tarde o Centro Social de Cabo e Soldados, que neste interim ficou a mercê de outras representações, e também não por acaso, foi a última entidade a compor o cenário da representação de policiais e bombeiros militares, de lá para cá, foram surgindo outras entidades em várias partes do estado, mas com perfil local e regionalizado, mas que até o momento não justificaram seu papel e existência, e aqui não vai nenhuma crítica pessoal mas uma colaboração para que os associados façam valer seus direitos.
Vivemos a era da cidadania em termos substanciais, mas não estamos sentindo ou percebendo as ações e medidas que as entidades estão efetivamente implementado para o processo, a começar pelo modelo de organização, que faz de conta que estabelece igualdade entre Subtenentes e sargentos e cabos e soldados, mas na composição política e no exercício do voto ficam excluídos de seus direitos e alijados do processo eleitoral, assim permanece sempre o mesmo grupo no poder, que acaba se assenhorando da entidade, como proprietários, até em razão da cultura patrimonialista que tanto criticamos nas Instituições Militares.
Esta introdução é para lembrar aos policiais e bombeiros militares, que na condição de associado, todos tem direitos e deveres, e um dos mais sagrados é o direito à participação, ainda mais se esta for fundamental para decidir os rumos da luta pela valorização profissional, e a convocação de uma assembléia geral unificada, acredito ser motivo mais do que suficiente para se exigir dos dirigentes das entidades de classe, que possibilitem os meios para que todos possam decidir pela sua participação livremente, sem empecilhos como a falta de transporte, que já começa a preocupar lideranças de unidades do interior - vide postagem do Cb PM Adão, do 4º BPM em Uberaba.
Assim como o Cb PM Adão, muitos de nossos companheiros e lideranças querem e farão todos os esforços para participar, mas querer que os associados paguem pelo fretamento do transporte é inverter os papeis, o que impede e dificulta a participação, este dever de proporcionar transporte adequado e seguro é inerente as associações, que para isto arrecadam mensalmente as contribuições associativas, e este recurso deve ser aplicado agora para garantir a participação dos interessados.
Não se justifica a convocação de uma assembléia geral unificada, se as associações de classe, não assegurarem transporte para os policiais e bombeiros militares do interior, e dentro das possibilidades até da região metropolitana de Belo Horizonte - RMBH -, o que além de ser uma medida para garantir o exercício da cidadania será fator motivador para incrementar a participação e a pressão que precisamos exercer sobre o governo e o comando, e é claro sobre os deputados estaduais.
A disponibilização de transporte para os associados, do interior e da RMBH antes de um direito dos associados é na mesma razão um dever das entidades de classe, o que não caracteriza generosidade, nem tampouco favor ou uma concessão pela suposta bondade do presidente da entidade.
Em sendo assim, é chegada a hora de todos exigirem de suas entidades, que coloquem à disposição transporte para participação na assembléia geral, não nos esquecendo é claro que para isto deverá haver mobilização para que haja um maior número de participantes possível.
Teremos uma única chance de demonstrar a insatisfação e a revolta que assola os policiais e bombeiros militares, com este governo que nos últimos nos escravizou sobre o discurso de gestão para resultados, mas em valorização profissional, ficamos para trás, até de Estados com economia tradicionalmente mais fracas e fragilizadas que o Estado de Minas Gerais, que acaba de anunciar o record nacional do crescimento do produto interno bruto, que é a soma de todas as riquezas produzidas.
Vamos superar os obstáculos, as divergências momentâneas, e vencer as desculpas para justificar a ausência na assembléia geral, pois se não lutarmos em defesa de nossos direitos e interesses, ficaremos sempre esperando um Salvador que nunca chegará, pois este salvador está dentro de cada um de nós, e a decisão em participar é individual e intransferível, por isto sua presença na assembléia é imprescindível para a luta.
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