Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O poder da polícia na política

O surgimento do soldado da Polícia Militar João Dias Ferreira no noticiário político acusando o ministro do Esporte Orlando Silva de corrupção é apenas mais um ingrediente da mistura explosiva entre polícia e política que tomou conta do Distrito Federal nos últimos anos. Uma junção que tem tudo para não dar certo. E não deu.
A entrada de policiais na política trouxe junto escutas clandestinas, vídeos, chantagens, ameaças e muito esquema de corrupção. Investiga-se até casos de assassinatos. Os políticos viraram reféns desses novos personagens. Um problema que até pouco tempo era local, agora atravessou fronteiras e feriu mortalmente um ministro de Estado. Se Orlando não cair, ficará moribundo no cargo e com poder contestado.
O soldado milionário João Dias é mais um personagem do caminho tortuoso em que se meteu nossos políticos. No afã do poder a qualquer custo, trouxeram para a cena política integrantes das polícias Civil, Militar e até do Corpo de Bombeiros.
No começo, era apenas para monitoramento de adversários. Depois, tomaram gosto pela política. Descobriram que eles mesmos poderiam deixar de ser figurantes para se tornarem protagonistas, com candidaturas ou indicação de pessoas para cargos chaves onde poderiam aumentar a renda pessoal a custo de malfeitos com o dinheiro público.
É o caso de João Dias que se lambuzou com milhões de reais do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, segundo o inquérito 761 do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele aproveitou para registrar momentos incriminadores do esquema e passou para a fase da chantagem, impondo nomeações em empresas públicas.
O poder policial na política brasiliense aumenta a cada dia e já causou muitos transtornos. Na Câmara Legislativa, por exemplo, um terço dos deputados distritais são oriundos das forças da segurança pública. No Governo do Distrito Federal, policiais ocupam cargos chaves como secretarias, administrações e empresas públicas. Apenas a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), onde foi gestado o esquema de Durval Barbosa, comenta-se que
tem alojado em seus quadros 17 delegados e agentes da Polícia Civil, que talvez estejam fazendo falta nas delegacias do DF.
O caso mais famoso de poder policial da política é o do delegado da Polícia Civil Durval Barbosa, criador do esquema de propina com empresas de informática que beneficiou ele próprio e os políticos que decidiram apadrinhar o malfeito. Tempos depois, acuado com processos na justiça e algumas condenações, Durval resolveu delatar o próprio esquema que criou e levou à lona alguns dos beneficiados.
O caso de João Dias é a mesma coisa. Com a descoberta do desvio de recursos através de ONGs de fachada, o Ministério Público e a Polícia Federal pedindo à justiça que o soldado devolva aos cofres públicos R$ 3,1 milhões, ele resolveu abrir a boca. Caiu atirando em alguém mais alto, no caso o ministro, para tentar negociar uma diminuição de uma possível condenação futura.
Essa mistura também não vem dando certo no Rio de Janeiro. Primeiro, os policiais descobriram o quanto é lucrativo a atividade criminal e decidiram substituir os bandidos nos morros cariocas criando milícias. Sob a alegação de combater o crime narcotráfico, arrancam dinheiro com a venda de proteção da população carente e impõem a venda de serviços de gás, internet e transporte com vans.
No início, os milicianos contavam com apoio de políticos e lideranças comunitárias locais. Depois, resolveram eles mesmos entrar na política e hoje diversos políticos do Rio de Janeiro são notórios milicianos, embora nenhum deles tenha ainda sido julgado e condenado.
Com ausência de morros em Brasília, os maus policiais pularam a fase inicial e foram direto aos cofres públicos. Para piorar, os governadores que passaram pelo Palácio do Buriti não atentaram para a enrascada que estavam se metendo ao cometer a burrice de misturar polícia com a política. Foi assim com Joaquim Roriz, José Roberto Arruda e Rogério Rosso.
E está sendo com Agnelo Queiroz.
É preciso separar as duas categorias para o bem da democracia. Era muito mais elogiável quando nossos bravos policiais se encarregavam apenas de prender os maus políticos. Hoje, alguns integram e entregam os esquemas da política, quando são pegos com a mão no cofre.

Fonte: http://comunidade.maiscomunidade.com/conteudo
/2011-10-22/opiniao/6136/O-PODER-DA-POLICIANA-
POLITICA.pnhtml
Opinião

Um comentário:

  1. PARABENS PRESIDENTE PELA POSTAGEM.
    AQUI ESTA A VERDADEIRA OPINIÃO MIDIATICA A RESPEITO DE NOSSA CIDADANIA. ELES GENERALIZAM DE UMA CERTA FORMA, QUE DE FATO ESTAMOS EXILADOS DENTRO DO SISTEMA. AQUI SEGURANÇA PUBLICA NÃO É, E NUNCA FOI PRIORIDADE POR ESTA SOCIEDADE MIDIATICA DOMINANTE, JUNTAMNETE COM SEUS ASSECLAS DO PODER.
    POR ISSO, ERGAMOS NOSSA VOZ.
    FUIII.

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