Número de prisões não distingue apreensão de menores no estado
Falha permite aumento estatístico no n ° de prisões |
Rio - O Instituto de Segurança Pública (ISP), responsável pela coleta, análise e divulgação dos dados sobre a criminalidade no Estado do Rio, está com um problema.
Por falta de programa de informática que informe os detalhes de crimes em que há flagrante, as estatísticas do ISP estão fazendo crescer artificialmente o número total de prisões nas áreas das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).
Para saber se os crimes foram praticados nas áreas de UPPs, é necessário ter o endereço de onde o fato aconteceu. Mas a ferramenta de informática existente no banco de dados da polícia, capaz de informar o local do crime, é falha: agrega adultos no mesmo somatório de crianças e adolescentes pegos em flagrante. O resultado disso é o aumento estatístico do número de prisões efetuadas.
“As arestas são aparadas e os problemas, resolvidos, de acordo com a necessidade. Já estamos trabalhando para desenvolver um programa de informática que melhore a qualidade das informações”, afirmou o diretor-presidente do ISP, coronel PM Paulo Augusto Souza Teixeira.
Segundo o coronel, nos casos de flagrante, as delegacias só fornecem o número de adultos presos e menores apreendidos, mas não informam o local onde os crimes ocorreram. Antes das UPPs, não havia a necessidade dessa informação, porque a estatística era por área de delegacia e batalhão.
“Com as UPPs, foi preciso criar banco de dados sobre crimes praticados nas jurisdições das áreas pacificadas. Existe ferramenta de informática que indica o local do crime, mas ela não separa prisão de adultos e apreensões de menores”, explicou o diretor-presidente do ISP.
O desenho das áreas de UPP é peculiar, segundo o coronel Teixeira. “Os morros Tabajara e Cabrito, em Copacabana, por exemplo, integram as áreas de três batalhões diferentes”, disse.
Nesta terça-feira, o Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro publicou portaria que regulamenta a metodologia de coleta de dados em áreas de UPP para a produção das estatísticas sobre crimes praticados nesses locais.
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