Por Altamiro Borges
Não se sabe por que motivo, o senador Mário Couto (PSDB-PA) utilizou a tribuna do Senado hoje à tarde para chamar os seus pares de “ladrões”. Ele afirmou que a corrupção é generalizada na política brasileira e defendeu que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a evolução patrimonial de todos os deputados e senadores. O tucano elogiou o julgamento do chamado “mensalão”, mas garantiu que as condenações são insuficientes. O discurso causou constrangimento e revolta entre os parlamentares.
“São dezenas ou centenas de parlamentares que estão aqui cheios de processos nas costas. Está escrito na testa: ladrão. Estão ricos porque roubaram do povo”, esbravejou Mario Couto, famoso por suas bravatas. De imediato, também não se sabe por que razão, o tucano Álvaro Dias (PR) tentou abafar o discurso do seu correligionário. “Ele não fez referência a nomes. Não acredito que ele tenha generalizado. Talvez não tenha sido bem entendido”. Já outros parlamentares exigiram que o tucano desse nome aos bois.
Será que o senador sabe alguma coisa sobre o milionário financiamento de campanha bancado pelos latifundiários e grileiros do Pará? Será que ele conhece algo sobre o desvio de grana no processo da privataria no reinado de FHC? Será que outros “ladrões” estão metidos com a máfia do Carlinhos Cachoeira? Por que Mario Couto está tão revoltado? É somente mais uma de suas bravatas ou ele sabe de algum esquema mais cabeludo? A Comissão de Ética do Senado devia convocá-lo e exigir explicações.
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