NA TELEVISÃO
Pesquisa em relatórios e notícias mostra que nem todas as informações divulgadas batem
Os candidatos ao governo de Minas que participaram do debate na Band usaram dados e informações, no mínimo, controversas, em muitos momentos, para tentar convencer o eleitor, seja defendendo ou criticando os governos estadual e federal. Basta uma pesquisa rápida em relatórios e informações disponíveis na internet para ter uma ideia de que, em alguns casos, o que os candidatos disseram não chega a ser 100% verdade.
Oposicionistas exageram dados negativos
Fernando Pimentel, Tarcísio Delgado e Fidélis Alcântara, por exemplo, passaram todo o debate apontando problemas enfrentados por Minas Gerais. Em suas falas, ressaltaram diversos números que apontariam para o que seria a prova do fracasso administrativo da gestão tucana. Na tentativa, às vezes, exageraram.
Tarcísio disse, por exemplo, que o PSDB governa o Estado há 20 anos. Não é bem assim. Embora tenha assumido o poder após as eleições de 1994, com Eduardo Azeredo, o partido perdeu as eleições seguintes para Itamar Franco. Itamar indicou Aécio posteriormente mas, mesmo assim, não pode ser considerado um político tucano. Era do PMDB quando foi eleito e teve um duro embate com o governo federal tucano de Fernando Henrique Cardoso, para exemplificar. Os tucanos, portanto, só chegaram novamente ao governo de Minas com a eleição de 2002, vencida por Aécio Neves. Estão, assim, há onze anos e meio no poder.
Tarcísio também disse que Minas é o Estado mais violento do país. Na verdade, segundo o relatório “Mapa da Violência”, em sua prévia de 2014, apesar de ter registrado um aumento acima da média no número de homicídios nos últimos anos, Minas ocupa só a 22ª posição no ranking nacional. O Estado registrou, em 2012, 22,8 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes. Alagoas, que lidera a lista, registrou 64,6, para se notar a diferença.
Fernando Pimentel também colocou questões controversas em suas falas contra o governo de Minas. Afirmou, por exemplo, que a Polícia Militar mineira tem, hoje, um efetivo menor do que tinha há dez anos. Segundo relatório do Fórum de Segurança, no entanto, em 2004, o efetivo da PM mineira era de 38 mil homens, sendo 29,8 mil em funções operacionais. Hoje, de acordo com a Polícia Militar, o número é de 45 mil homens.
Pimentel também afirmou que as alíquotas de ICMS em Minas são as mais altas do Brasil. Embora esteja na parte de cima do ranking de maiores ICMS, o Estado possui uma alíquota interna menor do que a do Rio de Janeiro. Lá, o imposto é de 19%. Aqui, de 18%.
Tucano comete erros geográficos e matemáticos
Na ânsia de defender o governo estadual, Pimenta da Veiga também escorregou em informações. Falando sobre saúde, apontou que o Norte de Minas terá três hospitais regionais, em Montes Claros, Governador Valadares e Teófilo Otoni. As duas últimas cidades, no entanto, não ficam na região. Segundo o IBGE, Valadares está localizada no Vale do Rio Doce e Teófilo Otoni fica no Vale do Mucuri.
Na mesma análise, disse que o Estado possui 830.000 micro-ônibus para transportar pacientes entre as cidades. De acordo com dados encontrados em matérias da Agência Minas, de 2005 a 2013, foram comprados 420 micro-ônibus para a tarefa. É mais provável que, na verdade, o tucano quisesse falar em 830 veículos, e não em 830 mil, o que daria o surreal número de mais de 1.000 por município mineiro, por menor que fosse.
Pimenta da Veiga também comparou dados de segurança pública e, em certo momento, afirmou que Minas investiu seis vezes mais na área do que o governo federal nos últimos dez anos. Neste momento, afirmou que a União investiu apenas R$ 7,8 bilhão na área. De acordo com o 1º Boletim de Segurança Pública, divulgado em junho pelo Ministério da Justiça, no entanto, a União fez investimentos de R$ 35,7 bilhão no período.
Ainda falando sobre segurança, o tucano afirmou que as 56 mil mortes ocorridas por violência no Brasil em 2013 superam o número de todas as guerras pelo mundo. Os dado é de 2012, na verdade, mas, ainda que fosse considerado de 2013, é menor do que o número de mortos na guerra civil da Síria, onde morreram 73 mil pessoas naquele que foi o ano mais sangrento do conflito.
Fonte: http://www.otempo.com.br/
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