Assim chamados pelo então candidato do PSB à Presidência, os senadores Renan Calheiros, José Sarney e Fernando Collor não compareceram ao velório do ex-governador de Pernambuco. “O Brasil não aguenta mais quatro anos de Sarney, Collor e Renan”, declarou em sabatina este mês
Bruna Serra, enviada especial a Recife (PE)
Três ausências no velório do candidato à Presidência Eduardo Campos, morto na semana passada em um acidente de avião, deixaram explícita a mensagem de que algumas declarações dele contrariaram os grandes caciques políticos. Não apareceram em Recife (PE) o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL), ex-presidentes da República.
Desde que se aliou a Marina Silva, o ex-governador Eduardo Campos vinha adotando um discurso de combate àqueles que chamava de representantes da “velha política” e citava sempre um desses três nomes para exemplificar mudanças que considerava necessárias na forma de fazer política no Brasil.
Por vezes, chegou a chamar alguns deles de “raposas da velha política”. “O Brasil não aguenta mais quatro anos de Sarney, Collor e Renan”, afirmou em sabatina na Confederação Nacional da Indústria (CNI) neste mês. Fernando Coller, José Sarney e Renan Calheiros não cumpriram agendas públicas neste domingo. O Congresso em Foco procurou as assessorias de imprensa dos três, mas não conseguiu contato.
Em seu primeiro programa de televisão, que vazou na internet após sua morte, Eduardo Campos dizia claramente que iria mandar o senador e ex-presidente José Sarney para a oposição.
Também criticava fortemente o governo federal pelo número de 39 ministérios criados na Esplanada. Segundo Eduardo, eles serviam para atender aos interesses do PMDB e de figuras como Renan, Sarney e Collor. Na avaliação do candidato do PSB, os aliados da presidenta queriam até 80 ministérios para ocupar com apadrinhados.
Mesmo assim, Dilma compareceu à despedida. Ela era criticada por Eduardo Campos porque, segundo ele, não conduziu bem a economia e acabou com conquistas do governo Lula, que era poupado pelo então candidato. Uma das reclamações era a inflação à beira dos 6% ao ano.
No primeiro programa de TV, Eduardo acusaria Dilma de criar ministérios para atender PMDB
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