O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) cumprindo uma deliberação aprovada em assembleia estadual pelos educadores mineiros no final do primeiro semestre deste ano dá início à veiculação de uma campanha em rádios, TVs, jornais e nas redes sociais.
Além de propagar spots, VTs e anúncios na mídia impressa de Belo Horizonte e Região Metropolitana, o Sindicato estende essa campanha aos veículos do interior, com inserções ainda por meio de outdoors e backbus.
A campanha tem a intenção de propagar a realidade dos trabalhadores em educação de Minas Gerais, suas principais reivindicações e denúncias, uma vez que há uma lacuna na imprensa mineira nesse sentido.
“Queremos dar voz à nossa categoria e dizer à sociedade que a educação mostrada pelas propagandas do governo é muito diferente da realidade em que estamos inseridos. Vivemos situações de penúria, com professores adoecidos, sem Piso Salarial e que não podem sequer comer na escola”, afirma a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira.
Uma pitada de humor a um tanto de realidade
Para dar mais atratividade à campanha e chamar a atenção do ouvinte/leitor e telespectador, o Sindicato conta com o trabalho do ator e humorista mineiro, Carlos Nunes, que participa com falas e exposição de imagens em todas as etapas da campanha de mídia, que foi dividida em três fases.
Num primeiro momento, será mostrada a situação de descaso e abandono das escolas públicas, depois a carreira e por fim a qualidade da educação pública mineira. Ao falar das condições da estrutura física de muitas escolas no Estado, o ator Carlos Nunes denuncia que as salas de aulas estão superlotadas e que há escola funcionando onde já foi um motel e outra em cima de um posto de gasolina. Lembra ainda que nos últimos anos, o governo de Minas deixou de investir mais de R$ 8 bilhões em educação e encerra as gravações com o apelo “Não deixe que a educação em Minas se torne uma piada de mau gosto!”
Em outra frente, o Sind-UTE/MG denuncia, por meio da mídia impressa, o que o governo fez contra a educação mineira. Segundo dados do Censo Escolar, 633 escolas em Minas não possuem rede de esgoto, 1.991 não têm refeitório, 1.984 não possuem quadra de esporte coberta e 2.475 não contam com laboratório de Ciências.
A falta de autonomia aos professores para que possam avaliar o processo de aprendizagem dos alunos e a imposição da aprovação automática também estão dispostas nas peças, assim como a questão da violência que assola a categoria e cujos números são impressionantes. A taxa de homicídio, por exemplo, aumentou 80% (de 2001 a 2011) em Minas Gerais. O Poupança Jovem, tão alardeado pelo Governo, atende apenas a nove municípios. Faltam 1.010.491 de vagas no Ensino Médio e somente 35% das crianças mineiras conseguem vaga na Educação Infantil.
Lei Complementar 100/07
A efetivação sem concurso, de mais de 98 mil servidores, pela Lei Complementar 100/07, colocando estas pessoas numa situação de instabilidade total também é alvo das denúncias no Sind-UTE/MG nessa campanha.
A direção da entidade destaca que milhares de educadores que adoeceram depois de dedicar a vida à escola pública estão na rua, sem qualquer atenção do governo. “Congelaram a carreira de todos os trabalhadores em educação até dezembro de 2015 e acabaram com o Fundo de Previdência dos Servidores Estaduais (Funpemg), que já tinha capitalizado mais de R$3 bilhões para aposentadoria dos servidores. Além disso, esse é um governo que não cumpre os acordos que assina. Precisamos que todos conheçam essa realidade”, afirma Beatriz Cerqueira.
Campanha/Peças:
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