Em princípio nos parece que foram os candidatos que disputaram o pleito eleitoral, mas é necessário uma avaliação mais focada nos grupos que se organizaram para eleger seus candidatos, para assim podermos elucidar uma versão nada vitoriosa para muitos segmentos sociais, e entre estes se destaca o dos trabalhadores da segurança pública, policiais e bombeiros militares, agentes penitenciários e socioeducativos.
O cenário político que se apresentou para os eleitores da segurança pública, aparentemente nos dava a possibilidade de eleger dois deputados estaduais e um deputado federal, até porque tivemos bons nomes concorrendo e discutindo propostas interessantes para serem defendidas no âmbito legislativo.
Tudo indicava que retornaríamos aos idos de 1998, com a eleição de três deputados, pois havia um entusiasmo crescente e esperava-se uma militância mais participativa, obviamente isto pode ser objeto de outra avaliação, pois há indícios de que os policiais militares tiveram seu direito de votar cerceado, a começar pela justiça eleitoral que não admitiu o voto em trânsito, o que certamente trouxe reflexos para todos os candidatos, porque para prestar segurança as eleições, milhares de policiais militares são deslocados de sua zona eleitoral.
Se olharmos as eleições como um importante momento de se exercitar a cidadania, ainda estamos longe de poder afirmar que estamos inseridos no rol dos ditos cidadãos, pois um dos princípios garantidores desta condição é o direito ao voto, trata-se portanto de uma imposição constitucional, que merece mais atenção de deputados eleitos pela classe, seja este estadual ou federal.
De qualquer modo, agora é hora de contabilizar o que realmente tivemos de vitória e o que pode ser caracterizado como derrota, pois até nestas eleições o número de candidatos militares em Minas que disputaram as eleições foi proporcionalmente menor que em outras eleições, o que facilitou a escolha e evitou em parte a dispersão de votos, o que assegurou uma certa vantagem para os nomes com melhor projeção e possibilidade entre os eleitores, como os candidatos, Sgt Rodrigues, Cb Júlio, Subten Gonzaga e Cb Coelho.
Apesar de em todas as eleições, sempre haver uma polarização nas discussões entre os dois candidatos de maior expressão, Sgt Rodrigues X Cabo Júlio, o que mais mobilizou os policiais militares foi a discussão de propostas pela valorização da classe, já que durante o Governo Aécio, tivemos muitas dificuldades em estabelecer uma agenda de luta, dado as injunções políticas, principalmente porque o Governo detinha a maioria na assembléia, o que provoca uma interferência e orientação com base na plataforma de governo, que predominou durante estes 08 (oito) anos de governo.
É claro que houveram significativas perdas durante este governo, a começar pela política salarial entre outras, mas inegavelmente houveram conquistas, mas poderíamos agora estar planejando uma agenda de trabalho comum com os candidatos eleitos, o que deverá ficar para uma próxima eleição, se somarmos forças e nos engajarmos no processo político, como força indispensável para lutar e defender os interesses da segurança pública, em que está intrínseco a valorização profissional de seus trabalhadores.
Nas eleições impera sempre um sentimento de egoísmo, mesmo porque cada candidato, se preocupa com sua eleição, o que lhe faz buscar um grande leque de apoios, sejam individuais e coletivos, o que acaba por lesionar e enfraquecer o sentimento e laços de coletividade cooperação e de equipe, e o pior coloca todos em lados distintos e opostos, o que deveria ser combatido não pelos candidatos, mas pelos eleitores, afinal são eles que decidem quem poderá ser eleito para representá-los, o que nos leva e repensar o modelo de disputa eleitoral, que se originou em 1998, pós movimento dos praças de 1997.
As maledicências, ataques, insultos e ofensas eram a tônica nas disputas eleitorais, o que nos parece foi suavizado, mais por imposição implícita e velada dos eleitores militares, mas tornou-se uma estratégia dos que desejam a divisão entre a classe, e entre estes e seus candidatos, como se caso o candidato de sua preferência não fosse eleito, ficassem sem representação, ora a representação é resultado da eleição, e neste sentido, o candidato eleito representa a todos, mesmo os cidadãos que não foram seus eleitores.
É hora de nos organizarmos democraticamente, sentarmos a mesa, oficiais e praças, para podermos avaliar o processo eleitoral, pois em futuro próximo poderá haverá prejuízos e perdas irreparáveis para todos, ou depois somente sentaremos para avaliar o que podia ter sido feito e não foi, ou que tal estratégia não foi a mais eficaz para o objetivo proposto, quiça a eleição de tal ou qual candidato.
Poderíamos pela avaliação fria dos números ter eleito, pelo menos dois deputados estaduais, Cb Júlio e Sgt Rodrigues, Subten Gonzaga deputado federal e ainda acredita-se que temos potencial, inclusive para eleger mais um deputado federal, o que contribuiria para melhorar o desempenho de ambos parlamentares na assembléia, e reforçar o poder de agenda e negociação, tanto no poder legislativo quanto no executivo.
A eleição do sucessor de Aécio Neves, Antônio Anastasia com uma avalanche de votos, pode ser explicada pelos seguintes aspectos, um bom desempenho na administração do estado, o que rendeu ao senador eleito Aécio Neves, uma margem de popularidade, somente equiparada a do presidente Lula, as sucessivas trapalhadas na campanha de Hélio Costa e seu descontrole, propostas inconsistentes, a pública e notória ausência de consenso da cúpula do PMDB em Minas, sua imagem distante do povo e com ar de antipatia, sem nenhum atributo de inteligência emocional o que lhe causou a queda decrescente na pesquisa de intenção de votos, e o crescimento da campanha de seu opositor, Governador Antônio Anastasia.
Concluindo se apurarmos com imparcialidade e isenção, veremos que nestas eleições, perdeu a segurança pública e seus trabalhadores, já que também nem a Polícia Civil conseguiu eleger ninguém para somar forças na representação política da classe, restando agora prepararmos e nos organizarmos, construindo um projeto político coletivo, com um sistema isônomico e paritário, obviamente com equilíbrio entre as representações, fundado em propostas construídas pelos dirigentes das entidades de classe e seus associados, dotando-os de poder como se fosse um conselho político deliberativo, constituído por regiões e levando em conta nosso potencial de votos por região, que será coordenada por núcleos políticos composto aos moldes do conselho.
Isto tudo porque nos convencemos que temos votos suficientes para alcançar os objetivos, mas desde que haja um planejamento participativo e compartilhado, em que o sentimento de pertencimento possa ser desenvolvido e dispensado a todos os cidadãos policiais e bombeiros militares eleitores.
Isto tudo porque nos convencemos que temos votos suficientes para alcançar os objetivos, mas desde que haja um planejamento participativo e compartilhado, em que o sentimento de pertencimento possa ser desenvolvido e dispensado a todos os cidadãos policiais e bombeiros militares eleitores.
Fica lançada a ideia e o desafio que é vencer e romper com o distanciamento e a fragilidade ética do dialogo no interior da classe e de suas representações, e entre estas e o comando, para assim estarmos em condições de superar e lutar contra as adversidades que pelos ventos psdebistas nos próximos 04 (quatro) anos não serão nada favoráveis, com destaque para a política salarial.
Parabéns a todos, mesmo para os que não tiveram ou não quiseram participar mais intensivamente do processo eleitoral.
Parabéns a todos, mesmo para os que não tiveram ou não quiseram participar mais intensivamente do processo eleitoral.
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