Amigos, a cara de pau do PMDB não tem limites.
Como vocês provavelmente sabem, o partido, parceiro do PT a ponto de ter o vice-presidente da República, vem insistindo desde antes da posse da presidente Dilma para que o governo dê empregos, de preferência gordos, a duas dezenas de políticos peemedebistas derrotados nas eleições.
Para dizer a verdade, isso não é nenhuma novidade para o PT. No começo do lulalato, em 2003, o presidente-líder sindical acomodou no governo, inclusive em ministérios e em grandes estatais, nada menos do que 26 derrotados nas urnas.
Perder, naquelas condições, poderia ser ganhar, como se deu com o atual presidente do PT, José Eduardo Dutra, que, derrotado na tentativa de chegar ao governo do pequeno Sergipe, recebeu como um presentão a presidência da colossal Petrobras, a maior empresa do país e uma das maiores do mundo.
Agora, entre os cargos apetitosos desejados pelo PMDB para seus derrotados nas urnas, estão vários em bancos públicos.
A presidente Dilma vem resistindo, sob o argumento – digno de aplauso – de que não quer políticos na direção de bancos federais. Quer técnicos, gente que entenda das imensas complexidades do mercado financeiro.
Mas o PMDB insiste.
E vejam o absurdo de um dos casos: o partido quer entregar a José Maranhão, que se auto-denomina “Zé Maranhão”, ex-governador da Paraíba, nada menos do que a vice-presidência de Loterias da Caixa Econômica Federal.
O problema é que a presidente recebeu um relato verbal do sucessor de Maranhão no governo da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), dando conta da péssima situação em que encontrou o Estado — com 1,3 bilhão de reais em dívidas acumuladas, obras públicas abandonadas e um descontrole na segurança pública e no funcionalismo, com contratações e reajustes que estouraram os limites de gastos com pessoal impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A Paraíba sob Maranhão virtualmente quebrou, passando a ser o Estado com situação mais grave neste aspecto em todo o país, comprometendo 55,41% de sua receita líquida com pessoal. A LRF estabelece um “limite prudencial” de 46,55% para esses gastos, que funciona como uma espécie de alerta para os governos estaduais. À medida que o limite vai sendo ultrapassado, o Estado sofre diferentes tipos de restrições.
Mas o PMDB, em vez de enfiar a viola no saco, faz cara de paisagem. Continua querendo o mau administrador Maranhão na vistosa vice-presidência de Loterias da Caixa.
Fonte: Veja
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