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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Delegada diz que Pezão dedica seus conhecimentos ao crime

PCC Mineiro »  Delegada que ouviu Pezão, chefe de Quén-Quén, ressalta a esperteza e periculosidade do criminoso, que tem histórico de crimes com 13 páginas e começou crimes na cidade do Vale do Mucuri
 (Marcos Vieira/EM/D.A Press)


O histórico de crimes de Ângelo Gonçalves de Miranda Filho, de 29 anos, o Pezão (foto), apontado como um dos líderes do tráfico de drogas em Minas, somam treze páginas. Entre eles, assassinatos, tentativas de homicídios, porte e tráfico de entorpecente e extorsão. Há ainda lavagem de dinheiro, assalto, porte de arma e formação de quadrilha. Preso na sexta-feira em Santos (SP), o criminoso, considerado um dos mais perigosos de Minas, esteve ontem no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Lagoinha, Região Nordeste de Belo Horizonte. Ele foi prestar esclarecimento por ser o possível mandante das mortes e tentativas de execuções atribuídos ao seu braço direito, Bruno Rodrigues de Souza, de 23, o Quén-Quén, também capturado na semana passada no litoral paulista.
De boa articulação e muito inteligente, Pezão, que também é conhecido como Anjinho, pensava muito antes de responder ao interrogatório conduzido pela delegada Alessandra Wilke, titular da Delegacia de Homicídios Noroeste. Ela é a responsável pelas investigações de oito dos dez assassinatos que recaem sobre Bruno de Souza, além do latrocínio do agente penitenciário e as tentativas de homicídio contra os sete agentes da Polícia Civil. “Primeiro tive uma conversa informal com o Ângelo. Conversamos sobre questões pessoais, da vida dele em Teófilo Otoni, a amizade iniciada na infância com o Quén-Quén, até chegar nas acusações de tráfico de drogas e assassinatos”, afirmou a delegada.

As fichas com as prisões Pezáo revelam que os primeiros contatos dele com o tráfico de drogas aconteceram ainda em Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), sua cidade natal, antes de completar 18 anos. Alessandra Wilke informou que na última década a cidade se transformou em um reduto para bandidos da organização criminosa de São Paulo, Primeiro Comando da Capital (PCC). “Ardiloso e astuto, Pezão passou a se impor a partir desse contato com os criminosos paulistas. Ele conquistou respeito e conseguiu se colocar como líder”, disse Alessandra Wilke. De 2003 a 2008, passou em sete unidades prisionais de Minas, até fugir para São Paulo. Tem duas condenações, uma por tráfico de drogas e outra por extorsão.

Desde a fuga, em 2008, da Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, Pezão assumiu uma nova identidade. Desde então passou a se dividir entre Minas e São Paulo para evitar de ser encontrado pela polícia.

Transferência

Pezão também teve que explicar sobre a confusão provocada um dia depois de sua chegada ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) São Cristóvão. Ele teria se envolvido no sábado em uma briga com os agentes penitenciários e chegou a ser atingido com um tiro de borracha. Há suspeita de que a ação, simulando uma tentativa de fuga, tenha sido previamente planejada, para provocar a transferência dele para a Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. No presídio estariam parte de membros de sua quadrilha.

Na terça-feira, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), confirmou a mobilização para a transferência do criminoso. Embora não tenha sido revelado o destino para Pezão, fontes disseram sobre a possibilidade dele ser levado para a Penitenciária de Segurança Máxima em Salinas, no Norte do estado.

De "avião" a chefe

Ângelo Gonçalves de Miranda Filho, de 29 anos, o Pezão, ainda aos 16 anos, começou a atuar como um aviãozinho (responsável por repassar drogas) no Morro do Eucalipto, ponto de venda de drogas em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. Mas logo "progrediu" na vida do crime. Passou a liderar uma quadrilha responsável pela distribuição de entorpecentes na região. Também conheceu outros criminosos na região de Praia Grande e Santos, em São Paulo, onde foi preso na semana passada.

Conforme informações da Polícia Civil de Teófilo Otoni, por volta de 2004, Pezão, apontado como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Minas, após tentativa de homicídio contra um policial militar na cidade, fugiu para Praia Grande. Lá, trabalhou para a quadrilha de Sanderley Fernandes, que comandava o tráfico de drogas e também seria dono de concessionárias de veículos na Baixada Santista, que estariam em nome de laranjas. Sanderley foi preso em 2008 e está na Penitenciária de Segurança Máxima de Francisco Sá (Norte de Minas).

Pezão foi preso em Praia Grande, em 2005, pela Polícia Civil de Teófilo Otoni e levado para a cadeia da cidade. Porém, pouco tempo depois, teve autorização para deixar provisoriamente a prisão e fugiu. Em 2006, começou a liderar uma quadrilha que comandava o tráfico de drogas em Contagem. Depois, passou a chefiar a venda de entorpecentes no bairro Califórnia (Região Noroeste da capital) e em Ibirité (na região metropolitana).

Sempre manteve as ramificações com Teófilo Otoni, onde, mesmo a distância, exerceu domínio de um grupo criminoso. Depois de escapar de operações da Polícia Civil de Teófilo Otoni, ele fugiu novamente para a Baixada Santista. Para dificultar o trabalho da polícia, mudava constantemente de endereço.

No último dia 4, foi preso em um apartamento de luxo de frente para a praia, em Santos. A Polícia Civil irá fazer um levantamento de possíveis patrimônios adquiridos com dinheiro ilícito. Órgãos de segurança de São Paulo também investigam Pezão.

"O Pezão sempre foi um elemento frio, calculista e muito temido até mesmo pelos outros bandidos. Ele é muito articulado e exerce um forte poder de liderança no mundo do crime", conta um policial civil de Teofilo Otoni. (Luiz Ribeiro)

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