O termo “redes sociais” se popularizou após o advento de sites como o Orkut, Facebook e Twitter no Brasil, que possuem como principal insumo a criação de relacionamentos virtuais entre pessoas que possuem interesses semelhantes ou algum tipo de laço de convivência. É importante frisar, entretanto, que as redes sociais existem muito antes da própria internet, desde quando os seres humanos passaram a se organizar em sociedade. A família, as empresas, os clubes, os bairros e outras organizações sociais são redes sociais.
Nas redes sociais, sejam elas virtuais ou “reais”, existe algo chamado de “capital social”, que segundo a jornalista e pesquisadora Raquel Requero, é “um conceito metafórico que se refere aos valores que podem ser obtidos pelos indivíduos ao fazer parte de uma rede social”. Quais são estes valores? Diz Raquel: reputação, visibilidade, autoridade, popularidade, suporte social, informação, laços sociais etc.
Não é preciso avançar na especificidade de cada um desses conceitos para perceber o quanto o entendimento das dinâmicas das redes sociais (de novo, virtuais ou “reais”) se faz relevante para as corporações policiais, que precisam se situar corretamente nas comunidades em que atuam, de modo que possam dotá-las de segurança pública da forma mais eficiente possível.
Policiais conectados com suas comunidades através de laços fortes de convivência, compartilhando experiências em torno de um interesse semelhante (a paz social), certamente terão mais sucesso do que aqueles que praticam a distância e a inércia social. É neste contexto que surge a necessidade da participação policial em eventos comunitários, manifestações artísticas e culturais que nem sempre aparentam ser competência policial, mas que reforçam o capital social dos policiais e da própria polícia perante a comunidade.
É este o plano de fundo do que chamamos “policiamento comunitário”: a criação de laços (ou links) sociais suficientemente fortes para prover a instituição policial de reputação, visibilidade, autoridade, popularidade, suporte social, informação, laços sociais etc. Por isso as polícias precisam entender de redes sociais, capital social, relacionamento e conceitos semelhantes: trata-se do fundamento da atividade policial, não um “aperitivo”, como muitos querem fazer parecer.
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