Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A escalada do ódio


Há uma escalada perigosa e potencialmente explosiva do ódio e da intolerância. E a responsabilidade é daqueles que instigam práticas fascistas.


Mídia NinjaJeferson Miola

Um comportamento antidemocrático, banalmente repercutido, se naturaliza no noticiário como uma característica original da sociedade brasileira. São cada vez mais comuns atitudes intolerantes e odiosas que soterram a convivência democrática baseada na pluralidade e no respeito.
 
O terrível, nisso tudo, é que essas disfunções totalitárias, que atentam contra a democracia e a Constituição, não são combatidas pela mídia e pelas instituições que deveriam zelar pela proteção da ordem política e jurídica e do regime democrático: o MP, a PF, o Congresso, o Judiciário.
 
Na Esplanada dos Ministérios, a menos de 500m distante do STF e do Congresso, e a não mais que 1.000m da sede do MP e da PF, bem à vista de tais instituições e autoridades, há meses estão instalados outdoors e painéis pedindo intervenção militar.
 
A noção de estar acima da lei – ou “fora da lei” – é uma crença que encontra guarida, por exemplo, na seletividade com que a corrupção é investigada e noticiada: escândalos de corrupção dos tucanos não são tratados com fervor ético e republicano pelos juízes, procuradores e delegados que partidarizam as instituições e selecionam somente a corrupção que interessa combater. Os tucanos corruptos, envolvidos em múltiplos escândalos, estão soltos, não são investigados e nem por milagre serão julgados.
 
A anomalia comportamental segue sem freios, e assim vai impregnando o sistema jurídico e político com lógicas discriminatórias e totalitárias. O cotidiano do país está ameaçado por essas práticas sinistras. Virou moda, por exemplo, insultar e constranger petistas e autoridades do governo em restaurantes, locais públicos, aviões, e, pasme-se, também em hospitais!
 
Nas escolas, as crianças são adestradas a praticar bullying com colegas cujos pais são “diferentes”. Nas Universidades, pobres e cotistas são discriminados porque, afinal, deveriam repetir a sina dos seus familiares ascendentes, e passar a vida sem diploma universitário.
 
No jornal O Globo, Merval Pereira responsabiliza o PT por crimes que, se cometidos, autorizariam o banimento legal do Partido. O ventríloquo do FHC se sente acima da lei e dispensado de apresentar provas que embasem as agressões escritas: se escora na imunidade do jornalismo para praticar a delinquência.
 
Durante a veiculação dos programas do PT na TV, os conservadores descontentes agora promovem sempre panelaços, apitaços e foguetórios, numa prova de intolerância e de indisposição à escuta e ao diálogo.
 
Os deputados e senadores do PSDB, liderados por Aécio Neves – que tem no golpista venezuelano Leopoldo López seu líder inspirador – defendem a proposta sabidamente golpista de convocação de novas eleições. Em outras frentes, a direita convoca atos pelo impeachment da Dilma. Não existem bases legais que amparem estas propostas, mas unicamente o desejo de “acabar” com o governo do PT – pela simples razão de, até hoje, não se conformarem e não aceitarem a derrota na eleição de outubro de 2014.
 
Esses são momentos sombrios, da ofensiva conservadora obsecada em destruir o PT e a esquerda, mesmo que o efeito colateral disso seja a destruição da democracia e da institucionalidade brasileira.
 
Há uma escalada perigosa e potencialmente explosiva do preconceito, do ódio e da intolerância. A responsabilidade por essa escalada é daqueles setores que promovem e instigam práticas fascistas, assim como das instituições que silenciam e se acovardam diante delas.
 
Com o atentado perpetrado contra a sede do Instituto Lula, o ódio e a intolerância subiram na escala do terrorismo fascista. O episódio recebeu, porém, uma cobertura pífia no noticiário, apesar de ser um atentado terrorista não só contra um ex-presidente da República, mas contra a democracia brasileira e suas instituições.
 
A violência mudou de patamar: os vândalos da direita não se contentam com xingamentos e escaramuças; inconformados, esses agressores decidiram empregar bombas e promover atentados terroristas.
 
A escalada do ódio e da intolerância resultou nas vivências mais trágicas da humanidade, o nazismo e o fascismo. O mundo só se apercebeu da monstruosidade dessas vertentes ideológicas da direita quando conheceu Auschwitz e os outros macabros campos de concentração. Era tarde: naquele momento, milhões de seres humanos pagaram o preço da escalada do totalitarismo com as próprias vidas.




Créditos da foto: Mídia Ninja

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