*José Luiz Barbosa, Sgt PM - RR
A Polícia Militar é o último bastião da ditadura, e não está, doutrinária, cultural e profissionalmente preparada para o ciclo completo de polícia.
No exercício do poder de polícia militar judiciária, historicamente, e em especial durante a ditadura, se cometeram e nos dias de hoje ainda se cometem todo tipo de excessos, ilegalidades, abusos, e violação de direitos, em nome da hierarquia e disciplina e da preservação da autoridade.
Sem a DESMILITARIZAÇÃO ao se conceder ciclo completo de polícia à Polícia Militar, se estará criando um monstro de duas cabeças com poderes de investigar, apurar, e indiciar cidadãos e policiais militares, e os absurdos se perpetuaram na cultura institucionalizada do "MANDA QUEM PODE, OBEDECE QUEM TEM JUÍZO", com poder de polícia judiciária subvertido e a serviço dos mandatários da Instituição Militar, tudo em nome da segurança pública.
Não se trata tão somente de ciclo completo de polícia como simplistamente defendem muitos oficiais e praças como solução para a efetividade da aplicação da lei e a redução da impunidade, mas da criação de um hidra que na mitologia grega significa:
"A Hidra simboliza o nosso interior ruim, nossas paixões e defeitos, ambições e vícios, o que existe de ruim dentro do nosso mundo interior."
Enquanto a hidra, que representa esse monstro interior, não for dominada, enquanto nossas vaidades, futilidades e ostentações não forem dominadas, as cabeças continuam crescendo cada vez mais, e apesar da redemocratização pouco ou nada mudou nas instituições militarizadas de segurança pública, ou se mudou foi somente para sofisticar as práticas e atos violadores de direitos e da dignidade, principalmente dos policiais militares, vítimas preferenciais para manutenção do status quo.
E não há como não se admitir que estas cabeças continuaram crescendo, e apesar dos esforços de uns poucos, a cultura da violação, negação, restrição e limitação de direitos e garantias nas organizações militares ambientou e adaptou-se, aderindo à cultura e relações de poder organizacionais, o que faz do garantismo e do estado democrático de direito ameaças, que nem sempre são suficientes para a repressão e prevenção de tais práticas, já que a impunidade caminha livre.
Enquanto a hidra, que representa esse monstro interior, não for dominada, enquanto nossas vaidades, futilidades e ostentações não forem dominadas, as cabeças continuam crescendo cada vez mais, e apesar da redemocratização pouco ou nada mudou nas instituições militarizadas de segurança pública, ou se mudou foi somente para sofisticar as práticas e atos violadores de direitos e da dignidade, principalmente dos policiais militares, vítimas preferenciais para manutenção do status quo.
E não há como não se admitir que estas cabeças continuaram crescendo, e apesar dos esforços de uns poucos, a cultura da violação, negação, restrição e limitação de direitos e garantias nas organizações militares ambientou e adaptou-se, aderindo à cultura e relações de poder organizacionais, o que faz do garantismo e do estado democrático de direito ameaças, que nem sempre são suficientes para a repressão e prevenção de tais práticas, já que a impunidade caminha livre.
Sem decepar a cabeça que simboliza esta cultura e doutrina, e isto somente com a desmilitarização, seria razoável uma polícia dotada de ciclo completo de polícia, mas civil, única, e com poder de polícia judiciária.
Não se reforma, o que não tem mais como reformar. Para que haja a construção de uma polícia cidadã, civil, única, com ciclo completo de polícia e estadual, não há como reformar o que não dá para reformar, é necessário a criação desta nova polícia que gradativamente substituiria as Polícias civis e militares até sua completa extinção.
A Guarda Municipal é um exemplo de que já nasceu uma polícia municipal, e nas raízes dos problemas de segurança pública, o município desempenha papel de fundamental importância, assim já tem uma polícia que muito sutilmente vem ocupando e assumindo o papel da Polícia Militar no contexto do policiamento preventivo e ostensivo, e em muitos municípios com destacada supremacia e efetividade nas ações sobre a criminalidade.
Não se reforma, o que não tem mais como reformar. Para que haja a construção de uma polícia cidadã, civil, única, com ciclo completo de polícia e estadual, não há como reformar o que não dá para reformar, é necessário a criação desta nova polícia que gradativamente substituiria as Polícias civis e militares até sua completa extinção.
A Guarda Municipal é um exemplo de que já nasceu uma polícia municipal, e nas raízes dos problemas de segurança pública, o município desempenha papel de fundamental importância, assim já tem uma polícia que muito sutilmente vem ocupando e assumindo o papel da Polícia Militar no contexto do policiamento preventivo e ostensivo, e em muitos municípios com destacada supremacia e efetividade nas ações sobre a criminalidade.
*Especialista em segurança pública, pós graduado em ciências penais, e ativista de direitos e garantias fundamentais.
O grande problema é que o discurso da desmilitarização não é discutido fora dos quartéis. Quer seja porque não interessa à sociedade como pauta de segurança, quer porque os coronéis sabem que seu discurso de caserna, de dizer que ao desmilitarizar, seríamos tão corruptos quanto a polícia civil, o que não têm coragem de dizer na cara dos policiais civis, ou que cairíamos na tal "vala comum", para a qual nunca têm uma explicação coerente do ponto de vista previdenciário. Esse tema nunca será encampado se não sair do intra-muros da PM.
ResponderExcluirO texto, meu nobre amigo, claro na defesa de seu entender, nos instiga à busca do conhecimento e sem outra saída nos deparamos. com o corpo que suporta essas cabeças e, tal qual na mitologia quando se corta uma cabeça, duas outras nascem.
ResponderExcluirÉ preciso um novo corpo, um Estado cidadão focado na efetividade das políticas públicas, que pense e atue em rede, solucionando questões complexas como é a segurança pública.
Solucionado isso, se militar ou civil for a força em atuação, pouco importa. Exemplos de polícia militar e civil com ciclo completo mundo afora há; modelos não faltam mas estamos preparados para mudar conceitos, despir vaidades e, como já disse, termos foco na efetividade?
Geonilio Vieira Rochs
O texto, meu nobre amigo, claro na defesa de seu entender, nos instiga à busca do conhecimento e sem outra saída nos deparamos. com o corpo que suporta essas cabeças e, tal qual na mitologia quando se corta uma cabeça, duas outras nascem.
ResponderExcluirÉ preciso um novo corpo, um Estado cidadão focado na efetividade das políticas públicas, que pense e atue em rede, solucionando questões complexas como é a segurança pública.
Solucionado isso, se militar ou civil for a força em atuação, pouco importa. Exemplos de polícia militar e civil com ciclo completo mundo afora há; modelos não faltam mas estamos preparados para mudar conceitos, despir vaidades e, como já disse, termos foco na efetividade?
Geonilio Vieira Rochs
O texto, meu nobre amigo, claro na defesa de seu entender, nos instiga à busca do conhecimento e sem outra saída nos deparamos. com o corpo que suporta essas cabeças e, tal qual na mitologia quando se corta uma cabeça, duas outras nascem.
ResponderExcluirÉ preciso um novo corpo, um Estado cidadão focado na efetividade das políticas públicas, que pense e atue em rede, solucionando questões complexas como é a segurança pública.
Solucionado isso, se militar ou civil for a força em atuação, pouco importa. Exemplos de polícia militar e civil com ciclo completo mundo afora há; modelos não faltam mas estamos preparados para mudar conceitos, despir vaidades e, como já disse, termos foco na efetividade?
Geonilio Vieira Rochs