Temos muito a lembrar com a recente onda de críticas à Polícia Militar, mais especificamente ao Batalhão ROTAM, devidas à ocorrência do último dia 19, no bairro Serra, em Belo Horizonte. Dois cidadãos foram mortos. As versões foram muitas. As dúvidas também. Levada pelos indícios, a Justiça Militar mandou prender os quatro policiais-militares que participaram da ação. Um deles, o Cb PM Fábio, foi encontrado morto na cela, quando a guarda do 1º BPM ia fazer a troca de turno. O que há para ser lembrado? O fato em si? Não, os jornais, a mídia em geral, os boatos, as falsas notícias, cada uma dessas fontes – a maioria indigna de credibilidade – já vem abarrotando os meios de comunicação com suas versões. Talvez as maiores verdades não venham a ser sequer tocadas. Uma dessas verdades é a de que uma parte das críticas não é sincera, não tem propósitos honestos.
Essa crítica vem de pessoas e até de organizações que tentam lucrar com um suposto enfraquecimento da imagem da Polícia Militar. Quem lucraria com isso? A criminalidade em geral, tanto a conhecida como a de bastidores. Uma PM forte não é bom para ninguém que lucre com o crime. Por isso, é preciso e interessante atacar, criar versões conflitantes, colocar em dúvida afirmações das partes envolvidas, enfim, estimular o conflito.
A população do bairro Serra mostrou-se revoltada, a ponto de atirar pedras nas viaturas. Coisa rara na história da PMMG como um todo. É nessa raridade que está a verdade mais importante. Os militares erraram? O inquérito ajudará a responder isso. A estratégia de emprego do Batalhão ROTAM está ultrapassada? Uma boa análise – como a que foi diligentemente estimulada nesta semana, com pesquisadores renomados, por iniciativa do Comando da Polícia Militar – ajudará a encontrar a resposta. Seria prudente que o Comando aproveitasse também a experiência de oficiais e praças que já passaram pela ROTAM. Eles com certeza podem ajudar a entender se a ocorrência da Serra foi um erro isolado, ou se é algo mais sério, que requeira uma reformulação da missão dessa Unidade.
Mas por trás do que houve no Serra há o continente. Que continente? O da bicentenária história da PMMG. Se Minas Gerais voltou a ser um dos Estados mais seguros para se viver, o mérito é de uma bem elaborada estratégia de Governo, que trouxe a integração; do sistema de Defesa Social, porque nenhum órgão é capaz de alcançar sozinho tão impressionantes resultados. Mas principalmente, de integrantes da Polícia Militar, por uma questão quantitativa – é o órgão de maior presença em todo o território mineiro – e qualitativa. Neste caso, porque a prevenção criminal é sua especialidade, desde que “o mundo” chamado Brasil começou a pensar em polícia, lá nos idos de 1775.
A primeira e mais antiga organização policial brasileira, esse gigante chamado PMMG, está presente em mais de 853 cidades de Minas, 24 horas por dia, atende mais de um milhão de ocorrências por ano. Mais de UM MILHÃO! Poucas organizações de serviços alcançam esse número. E o Batalhão ROTAM? A maior parte dos méritos do Governo, pela estabilização e queda da criminalidade no Estado, nos últimos seis anos, deve-se ao Batalhão ROTAM. Poucos sabem disso. Mas essa é a verdade.
A AOPMBM se solidariza com a família do ex-Cb Fábio, cuja memória merece ser tratada e lembrada com o respeito que se deve a esse policial-militar que dedicou uma vida na defesa da sociedade mineira. E aproveita para lembrar a todos que, por trás da Serra – representativa de um lamentável fato, mas ainda assim um fato isolado – há o continente da história, da tradição e da alta credibilidade da PMMG, patrimônio e orgulho do povo mineiro.
AOPMBM
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