A educação é vital para a construção de sociedades pacíficas e para a promoção da cidadania global,disseram neste sábado (21) funcionários das Nações Unidas, marcando o Dia Internacional da Paz. Eles pediram mais investimentos na educação de qualidade e a inversão das tendências que mostram que o apoio para as escolas e para os professores caiu pela primeira vez em uma década.
“Neste Dia Internacional da Paz, comprometamo-nos a ensinar às nossas crianças o valor da tolerância e do respeito mútuo”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em sua mensagem para o dia.
“Vamos investir nas escolas e nos professores que vão construir um mundo justo e inclusivo, que abrace a diversidade. Vamos lutar pela paz e defendê-la de todas as formas”, observou Ban Ki-moon, destacando o tema deste ano, ‘Educação para a Paz’.
Ele lembrou as palavras em Malala Yousafzai – a estudante paquistanesa que foi atacada pelo grupo fundamentalista Talibã por fazer campanha pelo direito à educação – durante sua visita à sede da ONU em Nova York em junho: “Um professor, um livro, uma caneta podem mudar o mundo”.
Ban Ki-moon apelou para uma “liderança política firme e um maior compromisso financeiro” que possa reverter o declínio do investimento na educação, pedindo novas parcerias para alcançar as crianças mais pobres e marginalizadas.
Para acelerar o progresso na universalização da educação, Ban Ki-moon lançou no ano passado a iniciativa“Educação Global em Primeiro Lugar”, liderada pela UNESCO.
Atualmente, 57 milhões de crianças não têm acesso à educação, com outras milhões precisando de melhor escolaridade para além da simples leitura e escrita.
A educação deve abranger o ensino dos direitos humanos, da convivência e do respeito pelos outros, disse Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO.
“Toda criança no mundo deve conhecer os seus direitos e aprender a sua própria história e de outros povos, de modo a ser capaz de compreender a dignidade de todas as culturas e tirar lições dos crimes e da violência do passado”, disse Bokova em sua mensagem para o dia.
Neste ano, a sede da ONU em Nova York marcou o Dia Internacional da Paz em 18 de setembro, com o toque do Sino da Paz no Jardim Rose.
Presente do Japão, o Sino da Paz é tocado todos os anos em uma chamada solene pela paz, desde 1981, quando a Assembleia Geral estabeleceu o dia para coincidir com a abertura do seu debate anual em setembro. O debate geral de alto nível, aberto tradicionalmente pelo Brasil, começa nesta terça-feira (21).
Na cerimônia, o presidente da 68o sessão da Assembleia Geral, John Ashe, destacou a importância da educação como um “caminho para o crescimento e desenvolvimento”. Ele acrescentou que a educação que ensina o valor da paz é uma forma preventiva fundamental de reduzir a guerra e conflito.
Após o toque do sino, cerca de 500 estudantes do ensino médio e universitário, incluindo refugiados de todo o mundo, conversaram sobre o tema deste ano através de vídeo-conferência com jovens parlamentares na Missão de Assistência das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH). Enviado de Ban Ki-moon para a Juventude, Ahmad Alhendawi, e o representante da Juventude na Comissão de Coordenação da Iniciativa Educação Global em Primeiro Lugar, Chernor Bah, também participaram.
O Dia Internacional da Paz foi criado pela Assembleia Geral da ONU em 1981 como uma oportunidade para as pessoas promoverem em todo o mundo a resolução de conflitos e para a observação do cessar-fogo e das hostilidades.
O especialista independente das Nações Unidas sobre a promoção de uma ordem internacional democrática e equitativa, Alfred de Zayas, pediu à Assembleia Geral da ONU também neste sábado que adote um papel mais decisivo na tomada de paz e na manutenção da paz.
“A ONU é a melhor esperança para poupar a humanidade da barbárie da guerra, da morte sem sentido, da destruição e do deslocamento consequente dela”, disse Zayas em um comunicado à imprensa.
“É tempo para a Assembleia Geral da ONU, como o órgão mais representativo do mundo, expressar a rejeição à guerra e ao belicismo”, destacou, apelando aos governos para resolver as disputas por meios pacíficos e negociar de boa fé, e em acordo com a Carta das Nações Unidas.
O especialista, que se reporta ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, também pediu o fim do “apoio bélico irresponsável da mídia sensacionalista que, em vez de discutir as possibilidades de acordos negociados, prefere bater os tambores da guerra e manipular a opinião pública, com o objetivo de fazer a intervenção armada possível e socialmente aceitável”.
O Dia Internacional da Paz está sendo marcado em missões de paz e políticas da ONU em todo o mundo, incluindo o Líbano, a República Democrática do Congo e o Haiti.
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