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O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

domingo, 29 de setembro de 2013

Os muitos 'Brasis' da Pnad


O brasileiro está mais conectado, mais escolarizado, com rendimento mensal melhor e com o emprego estável. Esta é a parte boa da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada na sexta-feira 27 pelo IBGE. A parte ruim é que o Brasil possui hoje mais analfabetos do que em 2011. E é ainda um lugar injusto para mulheres e crianças.
A análise é da redação da Carta Capital, 27-09-2013.
No país onde metade da população (83 milhões de pessoas) está ligada à na internet, a grande ferramenta do século XXI (número 6,8% superior ao verificado em 2012), um índice de 8,3% de crianças e adolescentes segue no século XIX. Apesar das campanhas pela erradicação do trabalho infantil no século XX, 3,5 milhões de pessoas entre 5 e 17 anos precisam trabalhar para ajudar a renda familiar. A queda é de apenas 0,3% percentual em relação ao ano passado. Segundo a pesquisa, um em cada quatro brasileiros entre 15 e 17 anos trabalha no país. Enquanto isso, a proporção de jovens conectados à internet chega a 76,7%.
O analfabetismo subiu em comparação a 2011. Passou de 8,6%, (12,9 milhões de pessoas) para 8,7% (13,2 milhões de pessoas). No Nordeste, chega a 16,9% da população. A taxa de escolarização das crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idade, em compensação, ficou estável: 98,2%. Os anos de estudos aumentaram, passando de 7,3 anos para 7,5 anos, entre pessoas de 10 anos ou mais de idade.
Ainda de acordo com a Pnad, o Brasil registrou taxa de desemprego de 6,1% em 2012, inferior aos 6,7% de 2011. O rendimento médio mensal chegou a 1.507 reais. O ganho real é de 5,8% em relação a 2011 – já descontada a inflação. De acordo com o instituto, as pessoas com rendimento mais baixo tiveram ganhos relativamente superiores aos de renda mais alta. Foram observados ganhos importantes no trabalho doméstico com carteira assinada (10,8%) e sem carteira (8,4%). Apesar disso, ambos continuam recebendo os piores rendimentos: 811 reais (para os com carteira) e 491 reais (para os sem carteira).
Os ganhos, no entanto, beneficiam mais os homens do que as mulheres. Enquanto o rendimento do trabalho feminino aumentou 5,1% no período, o dos homens subiu 6,3%. O rendimento médio do trabalho das mulheres chegou a 1.238 reais em 2012, o que representa 72,9% do obtido pelos homens (1.698 reais). Em 2011, o rendimento das trabalhadoras representava 73,7% do valor recebido pelas pessoas do sexo masculino.
Detalhe: as mulheres são a maioria (51,3%) da população brasileira, que em 2012 chegou a 196,9 milhões de pessoas, um aumento de 0,8% em relação ao ano passado. O maior e o menor crescimento foram registrados no Norte (1,4%) e no Sul (0,6%). Quase a metade da população brasileira está concentrada no Sudeste (82,7 milhões).
A pirâmide etária mostra que a população está envelhecendo. A proporção de idosos, com 60 anos ou mais, passou de 12,1% para 12,6%, chegando a 14,2% na Região Sul e a 8,1% na Região Nordeste. Em 2004, na base da pirâmide etária reunia 42,8% dos brasileiros com até 24 anos. Em 2012, a proporção caiu para 39,6%.

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