Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Cresce número de reclamações contra o serviço 190

Servidores atribuem o fato à falta de estrutura e ao excesso de demanda, que têm causado estresse nos atendentes.


Assunto foi abordado em audiência pública da Comissão de Segurança Pública
Assunto foi abordado em audiência pública da Comissão de Segurança Pública - Foto: Pollyanna Maliniak
De um lado, cidadãos insatisfeitos com a agilidade de resposta da Polícia Militar quando acionada pelo serviço de emergência 190. De outro, atendentes telefônicos e policiais despachantes à beira de um ataque de nervos. Esta é a realidade descrita por participantes da audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta terça-feira (22/10/13), para debater denúncias de falhas no atendimento do serviço 190. A reunião foi requerida pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT).
Dados da Ouvidoria de Polícia de Minas Gerais mostram que houve, em 2012, 71 reclamações de cidadãos contra o serviço. Até setembro de 2013, o número já chega a 111, de acordo com o ouvidor Rodrigo Xavier da Silva. Ele reconheceu a sobrecarga de trabalho dos servidores civis e militares que atuam no Centro Integrado de Comunicações Operacionais (Cicop), setor do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) responsável pelo atendimento ao cidadão pelo telefone 190.
O subtenente Robson Marinho fez um relato do clima tenso nas cabines de atendimento
O subtenente Robson Marinho fez um relato do clima tenso nas cabines de atendimento -Foto: Pollyanna Maliniak
O supervisor de despacho de patrulhas do Cicop de Sabará (Região Metropolitana de Belo Horizonte), subtenente Robson Marinho da Silva, fez um relato do clima tenso nas cabines de atendimento e atribuiu o problema à pressão provocada pela alta demanda. “Isso está trazendo um grande transtorno psicológico aos atendentes”, afirmou. Ele pediu a adoção de uma política mais eficaz para absorver essa demanda.
A essência do problema é a falta de pessoal, destacou o subtenente Luiz Gonzaga Ribeiro, da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros de Minas Gerais (Aspra). Ele ponderou sobre a contratação de 1.500 policiais no ano passado, alegando que, por ano, 1.300 se aposentam. A falta de efetivo se reflete no aumento da violência, segundo Gonzaga.
Atendimento é feito por servidores civis
Deputados demonstraram preocupação com o serviço e com as condições do prédio do Copom
Deputados demonstraram preocupação com o serviço e com as condições do prédio do Copom - Foto: Pollyanna Maliniak
Atualmente, o atendimento telefônico do serviço 190 no Estado conta com 283 servidores civis, contratados por meio da empresa MGS, divididos em quatro turnos de trabalho, de seis horas cada. Em cada turno, portanto, trabalham, em média, entre 65 e 70 atendentes civis.
Para o deputado Sargento Rodrigues, no entanto, esse serviço deveria ser realizado por policiais militares, que têm, segundo ele, melhores condições para avaliar cada situação e dar o encaminhamento mais adequado.
O presidente da comissão, deputado João Leite (PSDB), argumentou que considera mais importante a presença dos policiais nas ruas do que no atendimento telefônico. O atendente Osias Venâncio Alves, um dos civis que trabalham no atendimento telefônico, também ponderou que a qualidade do atendimento feito por civis é satisfatória, mas é necessário que os operadores recebam reciclagem e monitoria apropriadas.
Situação do prédio do Copom preocupa deputados
O deputado Sargento Rodrigues denunciou as condições precárias do prédio onde funciona o Copom. Ele visitou o local na última sexta-feira (18) e mostrou fotos de instalações degradadas, maquinário quebrado e até escorpiões. “Nunca vi o Copom tão abandonado como agora”, lamentou. O deputado Célio Moreira (PSDB) lembrou que um requerimento de sua autoria, apresentado há seis meses, pede uma visita ao prédio para conferir a qualidade de suas instalações.
O tenente-coronel Marcus Vinícius concordou que o prédio precisa de reformas urgentes
O tenente-coronel Marcus Vinícius concordou que o prédio precisa de reformas urgentes - Foto: Pollyanna Maliniak
Chefe do Cicop desde o início de 2012, o tenente-coronel Marcus Vinícius Veloso Lima concordou que o prédio precisa de reformas urgentes. Ele lembrou que, há dois anos, houve por parte da Secretaria de Estado de Defesa Social a liberação de uma verba para os devidos reparos, mas ela foi cancelada e redirecionada para a construção do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).
O excesso de atribuições da PM foi um ponto abordado pelo deputado Cabo Júlio (PMDB). Segundo ele, ocorrências que tratam da perturbação do sossego deveriam ficar sob a responsabilidade das prefeituras. “As viaturas não têm decibelímetro (medidor do nível de ruído), e a Polícia Militar está atendendo situações que não são de sua competência”, reclamou.
Requerimentos – Os deputados aprovaram requerimento assinado pelas deputadas Ana Maria Resende (PSDB), Liza Prado (Pros), Maria Tereza Lara (PT) e Rosângela Reis (Pros) e pelo deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), para a realização de um debate público em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos, sobre a violência contra as mulheres. A comissão aprovou ainda requerimento do deputado Sargento Rodrigues, de audiência pública para discutir a implantação do CICC.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é sua opinião, que neste blog será respeitada

politicacidadaniaedignidade.blogspot.com