Simularam confronto
Eduardo Velozo Fuccia - A TRIBUNA DE SANTOS
Um tenente, um cabo e dois soldados das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) foram presos na manhã de sexta-feira acusados de executar a tiros um homem em Guarujá e simular suposto confronto, deixando armas e drogas próximo ao corpo da vítima.
O primeiro-tenente Theo Santos de Souza, de 34 anos, o cabo Renato Moreira Júnior, de 37, e os soldados Marcos Paulo Neri Miranda, de 38, e Cleber Alessandro Rodrigues, de 39, são os acusados e foram levados ao Presídio Militar Romão Gomes, na Capital.
O crime ocorreu no dia 7. Naquela ocasião, segundo os policiais militares, a vítima e mais dois homens, que fugiram, os receberam a tiros no final da Travessa Santo Antônio, próximo à maré, no Sítio Conceiçãozinha, em Vicente de Carvalho.
Um inquérito foi instaurado no 1º DP de Guarujá para identificar a dupla, que teria abandonado na fuga quatro tijolos de cocaína pesando quatro quilos, 175 cápsulas dessa droga, 348 porções de maconha, 38 cigarros da erva, uma pistola calibre .40 e um revólver 32.
Porém, no decorrer das investigações, novas informações “evidenciaram que os policiais militares faltaram com a verdade quando da apresentação dos fatos”, conforme destacou o delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior.
Abordagem
Os depoimentos de três testemunhas, cujas identidades são mantidas em sigilo por questões de segurança, revelaram que Gualtiero de Oliveira, de 35 anos, foi abordado pelos policiais da Rota em local diverso de onde supostamente houve o tiroteio.
Com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar, Lara constatou que o percurso feito pela viatura dos acusados coincide com o relato das testemunhas. Ele requereu a prisão temporária dos patrulheiros da Rota na quinta-feira.
Nessa mesma data, o promotor Bruno de Moura Campos opinou pelo deferimento do pedido e a juíza Denise Gomes Bezerra Mota, da 1ª Vara Criminal de Guarujá, decretou a prisão dos policiais por 30 dias. Esse prazo pode ser prorrogado por mais 30.
As ordens de captura foram cumpridas pela Corregedoria da PM, no início da manhã de ontem, no 1º Batalhão de Policiamento de Choque, Zona Norte de São Paulo, no momento em que os acusados se apresentavam para mais uma jornada de trabalho.
Gualberto possui condenações por roubos cometidos em cidades do Interior, como Jundiaí, Vinhedo, Itatiba, Campinas e Itaquaquecetuba. As investigações apuraram que, no momento da abordagem, ele portava cerca de 20 pequenas porções de maconha.
O entorpecente estava em uma bolsinha roxa, achada com as outras drogas e armas que os PMs disseram apreender perto do corpo de Gualberto. Entre os tóxicos, havia porções de maconha que aparentam ser as mesmas que ele efetivamente portava.
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Em vez de medalhas , o tenente ganhou ferros .
Bem feito, enquanto uns arriscam a vida em intervenções legítimas, outros simulam ocorrências de vulto com o objetivo de alavancar promoções.
Fonte: Jornal Flit Paralisante
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