O crime organizado pode financiar os estudos de magistrados e advogados com o objetivo de ter benefícios futuros na Justiça. A denúncia foi feita pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Minas Gerias (OAB/MG), Luís Cláudio Chaves, ao repercutir o assassinato do advogado criminalista Jayme Eulálio de Oliveira, de 37 anos. Jayme atuava em causas de traficantes e de policiais militares e foi executado quando chegava em casa, no Bairro Castelo, Região da Pampulha, na noite dessa terça-feira.
“Nós temos denúncia de que o crime organizado, em tese, pode financiar até o estudo de magistrados e de advogados para, futuramente, trabalharem em prol do crime organizado. Nós não vamos fechar os olhos a isso”, revelou Luís Cláudio.
O presidente a OAB/MG comentou também sobre o envolvimento de advogados com criminosos e garantiu que a entidade acompanha e pune os maus profissionais. “Existe uma grande minoria de advogados que ultrapassa essa linha da atuação profissional em prol do crime organizado. Esses são exemplarmente punidos. Mês retrasado nós excluímos seis advogados da Ordem dos Advogados do Brasil, por fatores diversos”, disse.
Comissão
Uma comissão especial foi criada pela OAB/MG para acompanhar as investigações. A entidade também encaminhou ofício ao governador Antonio Anastasia solicitando a “pronta apuração dos fatos relacionados à execução do advogado Jayme Eulálio de Oliveira”.
A Polícia Civil investiga se armas roubadas de um batalhão da Polícia Militar (PM), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram usadas na execução do criminalista. A informação foi confirmada pelo delegado Wagner Pinto na noite desta quarta-feira (23). Para Luís Cláudio Chaves, este é um ponto que precisa ser esclarecido.
“O que nós temos que apurar é, efetivamente, o seguinte: essa arma estava na posse da polícia ou, como se suspeita, foi subtraída da polícia por algum grupo organizado? Nós já tivemos casos muito trágicos de assassinatos de juízes, de promotores e também de advogados. Recentemente, tivemos um atropelamento, uma tentativa de homicídio de um advogado de Poços de Caldas. Nós temos que ter uma apuração rigorosa e uma punição eficaz desses assassinos”, disse.
Insegurança
Vizinhos e comerciantes do Bairro Castelo estão assustados em razão das circunstâncias da morte do advogado. Eles reclamam da falta de segurança no bairro e dizem que assaltos são comuns na região.
Ouça as reportagens com Edilene Lopes e Jacqueline Moura
Fonte: Rádio Itatiaia
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Presidente da OAB/MG revela que crime organizado pode bancar estudos de juízes
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