Em nota, PM rebate fala de ministro sobre erro em ato do MST em Brasília. Associação de oficiais afirma que corporação apenas cumpriu dever. Gilberto Carvalho deu declaração após tumulto que feriu 32 pessoas.
Policiais ficaram acuados perto de ônibus durante manifestação dos sem-terra na Praça dos Três Poderes (Foto: Laycer Tomaz/Câmara)
A Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (Asof) enviou uma nota de repúdio contra as declarações do ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, de que o tumulto entre Movimento dos Sem Terra (MST) e policiais foi causado por um erro do comando da PM. De acordo com a associação, a corporação apenas cumpriu seu dever de “proteger o cidadão e o patrimônio público”.
“Na última quarta-feira, quando o confronto ocorreu, os procedimentos para garantir a segurança foram os mesmos que são adotados sempre em eventos desta ordem e o objetivo dos policiais militares foi, inclusive, o de proteger o Palácio do Planalto, local onde o ministro trabalha, garantindo a sua própria segurança”, diz trecho da nota.
Durante a marcha do MST, que reuniu 15 mil pessoas em Brasília na última quarta-feira (12) , policiais militares e integrantes do movimento entraram em confronto em três oportunidades, mais séria delas na Praça dos Três Poderes. Segundo a PM, 30 homens da corporação e dois manifestantes se feriram.
No dia seguinte à marcha, o ministro Gilberto Carvalho disse que o tumulto ocorrido na Praça dos Três Poderes, o principal conflito entre policiais e membros do MST, ocorreu por um “erro de informação”.
Manifestante ferido é socorrido
(Foto: Isabella Calzolari / G1)
“A PM teve uma informação que não sei de onde veio que o ônibus do MST estava com porretes que poderiam ser usados contra a polícia. O comandante, que não vou criticar porque ainda não falei com ele, tomou a decisão de fazer um grupo da PM entrar na multidão para trancar o ônibus”, afirmou Carvalho.
Na nota da Asof, os oficiais da PM questionam o ministro sobre o que deveriam fazer durante a manifestação. “Afinal, qual a atitude que a Polícia deve tomar? Deixar de cumprir a lei e permitir que a segurança do cidadão seja comprometida? Deixar que o patrimônio público seja dilapidado?”, diz o documento.
A associação também afirmou que a polícia não sabia se o MST havia informado as autoridades sobre a realização da marcha e questiona se os órgãos competentes “estão de acordo com o prejuízo causado à população de Brasília, especialmente no que se refere às complicações no trânsito durante a manifestação”.
O ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, recebe em frente ao Palácio do Planalto carta com reivindicações do MST (Foto: Juliana Braga / G1)
O ministro Gilberto Carvalho defendeu o MST e disse que uma cena muito mais grave foi evitada “graças à maturidade da organização do movimento, que fez um cordão de isolamento entre a PM e os manifestantes”.
“Os próprios PMs foram protegidos pelo próprio MST. O movimento demonstrou que quando uma manifestação tem uma pauta clara as coisas podem ocorrer sem grandes problemas.” (G1).
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