ENTREVISTA “O serviço da polícia tem sido enxugar gelo: prende, solta”
Como professor, o senhor sai frustrado por ter sido justamente essa categoria que mais demonstrou insatisfação ao seu governo?
Quem demonstrou insatisfação foi o sindicato (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas (Sind-UTE)), não os professores. Quando visito o interior e, mesmo na capital, sou muito bem recebido pelos professores. Há um sentimento de extrema satisfação. Agora, o sindicato tem o seu papel político, vinculado ao partido que nos faz oposição, faz parte da democracia.
Temos um déficit diante dessa rotatividade?
Não. Nós temos número de profissionais compatíveis, temos várias concursos na área da saúde, e aumento de unidades hospitalares.
Recentemente, com a morte de um jovem estudante no bairro Gutierrez, vítima de um assalto, a população se revoltou e espalhou pelo bairro várias faixas, em que citavam o senhor diretamente, com pedidos de providências. Como lida com o clamor das famílias?
Por que o governo do senhor não conseguiu cumprir as metas na área de segurança – nem mesmo nas ações de prevenção –, como demonstrou relatório interno da Polícia Militar em 2013?
Se na área de segurança nem todas as metas foram atingidas é porque tivemos os problemas que acabei de citar. Muitas vezes, a área da segurança tem o fator de instabilidade que escapa da ação governamental, que é o comportamento individual. Se a sociedade tende a uma violência maior, essas metas ficam mais difíceis. Vamos diminuir (a violência), agora. Para isso, há necessidade de uma mudança na legislação.
Entre 2011 e 2013, segundo o Portal da Transparência, os investimentos do Estado na área reduziram de R$ 7,52 bilhões para R$ 6,53 bilhões. Isso pode ter refletido no aumento da criminalidade?
Acho que esses números estão errados, porque não tivemos nenhuma queda de orçamento na área de segurança. Vocês não sabem olhar direitinho, porque aos números têm que somar o (gasto com) pessoal. É impossível que a despesa em segurança tenha caído, porque temos aumento de 100% para os servidores militares.
O senhor trocou de secretário de segurança, o deputado Lafayette Andrada, um nome político, por um nome técnico, Rômulo Ferraz. Alguns especialistas dizem que a primeira escolha, a política, contribuiu para o crescimento da criminalidade.
A mudança do secretário se deu por necessidade de modificação na Assembleia. Discordo dessa dualidade política e técnica. Se fosse assim, não seria governador, já que tenho origem técnica. Isso é uma quimera que inventaram.
O Tempo
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